quinta-feira, 22 de setembro de 2016

E vieste para o campo





E vieste para o campo
Apreciar a natureza
Toda a calma que a circunda
Os pássaros que voam livres
Ouvindo apenas o vento que passa
Trouxeste o teu cavalete
Uma palete cheia de cores
Colocaste um avental
Para não sujar as tuas finas vestes
Pinceis espalhados e prontos
Vais fazendo os primeiros traços
As primeiras pinceladas
Dona do teu futuro
Dona do teu destino
Vais colorindo a tua vida
Da forma que queres
Da forma que desejas
Pés bem assentes no chão
Para que tenhas a mão firme
Olhando em volta
Escolhendo os melhores angulos
Os melhores caminhos
Vais fazendo o teu quadro
No teu passo seguro
Arriscando
Sempre sem vacilar
E aos poucos
O teu quadro vai ficando pronto
Cheio de cor
Cheio de alegria
Cheio de felicidade
Cheio de amor
O quadro da tua vida
Está finalmente pronto

Carlos Santana

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Ontem mais um por do sol





Ontem mais um por do sol
Mais um dia junto ao mar
Mais um dia junto a ti
Em que andámos de mãos dadas
Um dia completo
Intenso
Divertido
Apaixonante
Em que ouvimos as ondas
Vimos gaivotas voar
Livres como nós
Forças da natureza
Que tal como as nossas almas
Não param
E assim vamos vivendo
Dia após dia
Descobrindo novos destinos
Novas paisagens
A paz e a calma reinam
Este sentimento de bem estar
Que abunda
Que inunda os nossos seres
Que nos dá força para um novo dia
Com um largo sorriso
Com uma esperança colorida
Avançamos
Corremos
Saltamos
Mas sempre juntos
Sempre na mesma direção

Carlos Santana

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Dois lados da mesma moeda





Dois lados da mesma moeda
O espelho onde nos podemos olhar
Ou as calmas aguas de um lago
Onde somos refletidos
Onde somos espelhados
Assim somos nós
Homem e mulher
Tão diferentes
Mas tão iguais
Como se fossemos um só
Como a árvore a beira do lago
Que tem a sua imagem refletida
Em todo o seu esplendor
Uma calma constante
Uma felicidade sem fim
Pensamentos que se completam
Frases que um começa e o outro termina
Um sincronismo perfeito
Uma sintonia maravilhosa
Em que numa simples troca de olhares
Sabemos o que temos que fazer
Como o devemos fazer
Somos a amendoeira em flor
Com toda a sua beleza
Com toda a sua fragnância
Aguardando o fruto que se avizinha
Temos tudo
Somos tudo
Podemos tudo
Mas principalmente
E acima de tudo
Somos tudo um para o outro

Carlos Santana

domingo, 18 de setembro de 2016

Podem passar horas





Podem passar horas
Podem passar meses
Podem passar anos
Passam as fazes da lua
Marés que vêm e vão
Passam as estações do ano
Os cabelos brancos que aparcem
O sinal das primeiras rugas
A agilidade que teima em passar
Podem mudar o curso dos rios
Tudo pode mudar
Menos a forma como sentimos
Como nos conhecemos
Como fomos cuidando
Como as nossas raizes cresceram
Foram-se entrelaçando
Duas árvores solitárias
Que pela força do destino
Ficaram mais próximas
De uma tal maneira
Que hoje estão encostadas
Já não se distinguem
A quem pertencem os ramos
De quem são as folhas
E até mesmo os frutos
Já são a junção dos dois
Enxertados pelo amor
Que cresce
Que dá sombra
Que dá alento
Que dá esperança
A quem nos vê juntos

Carlos Santana

sábado, 17 de setembro de 2016

Vermelho...





Vermelho...
Da cor dos nossos corações
Da cor do combóio chamado vida
Que não para
Que segue o seu caminho
Pelos trilhos já destinados
E onde nós vamos entrando
Nos vários apeadeiros
Ninguém o pode apanhar por nós
E cada um decide como vai ser a sua viagem
E é aí que entra o verde
Da cor da esperança
Da cor da paisagem que nos rodeia
Paisagem que se chama viver
E cada um dentro de si
Vai fazendo as suas escolhas
Agarrando-se ao que tem
E muitas vezes ao que não tem
Mas parar nunca foi uma opção
Nem nunca será
Por vezes basta acreditar
Apanhar o combóio
E partir sem destino
Sem medo
Porque nunca sabemos
O que podemos encontrar
O que podemos vir a sentir
E foi o que fiz
Sem medos acreditei
Embarquei num viagem louca
Que me fez
Que me faz
Que me fará muito feliz
Por isso pintem os vossos dias
De vermelho e verde
Apanhem o combóio, apreciem a paisagem
E vivam a vida

Carlos Santana

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Certezas





Certezas
Existem tantas
E às vezes fugimos delas
Preferimos entregar-nos ao imprevisivel
Ao que não se pode ter
Deixamos de lutar pelo que queremos
Mas a certeza é que de certeza tudo vale a pena
Certeza de que o outono se aproxima
E de que o verão acaba
Certeza de que folhas vão cair
E as arvores nuas vão ficar
Certeza de que um dia vem depois do outro
Semana após semana
Certeza de que a lua vem depois do sol
E que nada melhor de que um por do sol
Com a certeza de que vai nascer de novo
Certeza de que envelheço a cada dia que passa
Mas apenas por fora
Por dentro uma eterna criança
Certeza de que estou bem como estou
Ao teu lado, do teu lado
Ao acordar todos os dias e olhar para ti
Certeza de que com o passar dos dias
Cada vez mais te quero
Certeza de que me fazes bem
E de como é bom estar contigo
Certeza de que a vida é uma viagem
E de que nos encontramos num apeadeiro
Certeza de que agora a fazemos juntos
Uma vida a dois com os mesmos objectivos
Com os mesmos quereres
Certeza de que és tu que eu quero
Para construir o nosso futuro

Carlos Santana

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Mais um fim de tarde





Mais um fim de tarde
Rochas afiadas debaixo dos pés
E a água ali tão perto
O sol que bate na lagoa
Que a aquece
E eu na sombra
Sentindo a humidade
Aquele frio que se entranha
Sem dizer uma palavra
Vou continuando
Mas algo aperta
Não sei bem o quê
Um nó que se forma
Que bem sabia ter-te agora aqui
Para que me pegasses ao colo
Para que me ajudasses nesta travessia
Mas porque não vens?
Porque não apareces como é teu costume?
Algo se passa
Apenas sinto o teu cheiro
Ouço a tua respiração
Tão perto e ao mesmo tempo longe
Quase te vejo
Quase te toco
Mas nada...
Este silêncio que corta
Silêncio...?
É isso
Foi o que sempre me pediste
Para nunca calar
Para falar sempre
Dizer tudo o que penso
Digo apenas: "Boa tarde"
E logo tu apareces

Carlos Santana

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Olha como está o céu






Olha como esta o céu
As nuvens que se aproximam
Vêm carregadas
Negras
Adivinha-se o que lá vem
A borrasca iminente
Agua que sobe
Agua que desce
Agua que corre
Um ciclo importante
Talvez o mais importante
O ciclo da vida
E nós aqui abrigados
Abraçados
Olhando este milagre da natureza
Somos como uma ilha
Em que as pessoas que nos circundam
São a agua que passa
Que nos toca
Que nos molha
Que nos importuna
Que nos refresca
Que dá sentido à vida
Que tudo faz crescer
Tudo que nos envolve
Nos faz crescer
Crescer como pessoa
Crescer emocionalmente
Somos como a arvore
Que permanece altiva
Mas que depende da agua para crescer
E eu para crescer
Preciso de ti
És a agua que me alimenta
Que me faz continuar

Carlos Santana

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Perante tamanha imensidão





Perante tamanha imensidão
Fico sem palavras
É algo perfeito
Como só a natureza o sabe fazer
Sem a mão do homem
Inalterável
Uma sensação de paz
Uma vontade de mergulhar de cabeça
Sentes que és tudo
Que tudo podes
Que a tranquilidade reina
Invadido de bons pensamentos
De vontades loucas
Ousadias insanas
Tudo é calmo
Tudo é belo
E como a mais bela das paisagens
Assim és tu
Uma força da natureza
Que resiste a tudo
Que se entrega a quem merece
E só esses te chegam a descobrir
Ficando uma incógnita
Para quem não se deu ao trabalho
Para quem te afugentou
Aos poucos consegui chegar a ti
Toquei-te na alma
Aqueci-te o corpo
Não me perdi no caminho
Passo por passo
Fomos traçando o nosso futuro
Vivendo o nosso presente

Carlos Santana

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Os contos antigos





Os contos antigos
Alguns conhecido como fábulas
Que nos levam ao fantástico
Que nos levam ao incrivel
Deviam ser lidos mais vezes
Porque embora já tenham muito tempo
A sua lição continua muito actual
Por vezes apenas apontamos o dedo
Sabemos criticar sem saber o que se passa
Temos uma perspectiva muito propria
E falar sempre foi fácil
Sem nunca olharmos para o nosso umbigo
Mas meus amigos
Sempre me disseram que apontar era feio
E como sempre li muito
Um desses contos veio-me à memória
Quem nunca ouviu falar da formiga e da cigarra?
Quantos de vós conhecem formigas?
Quantos de vós conhecem cigarras?
As vezes custa olhar para a cigarra
Pensar como é possivel trabalhar tanto
E ter tão pouco
Enquanto ela canta, dança, brinca...
E tudo isto sem se preocupar com nada
Ela não trabalha e tem uma vida boa
Mas certas coisas são certas
Tal como a beleza é passageira
Devemos amealhar na primavera da vida
Mesmo que pareça uma luta ingloria
Só podemos tentar
Porque o inverno da vida
Mais cedo ou mais tarde
Vai acabar por chegar
Então aproveitem a juventude
Aproveitem enquanto têm força
Há tempo para trabalhar e para relaxar
Sejam formigas
Porque da cigarra não reza a história...

Carlos Santana