Beijo

Beijo

Dá-me dois

Ou mais

Dá os que quiseres

Que os aceito todos

De bom grado

De braços abertos

Para de abraçar

Enquanto te beijo

Enquanto te quero

Dá agora

Dá-me muitos

Não te poupes

É o agora que conta

Quero sentir os teus lábios

Quero senti-los em mim

Fechar os olhos

Sonhar

Beijar

Acordar

Continuar a ser beijado

Lábios que se tocam

Que se querem

Que se desejam

Beijo bem dado

Curtinho

Aquele selinho bom

Depois aquele longo

Que nos tira a respiração

Beija-me, beija-me assim

Carlos Santana 

 

Momentos

Momentos

Tudo o que temos

Tudo o que precisamos

Tudo o que queremos

Aquele abraço apertado

A cumplicidade que existe

Um beijo roubado

O olhar que se troca

Naquele jardim isolado

Sentados num banco de jardim

Donos de tudo

Criamos o agora

Este momento

Que nos faz sorrir

Que nos faz sonhar

Leva-nos mais além

Desfrutamos o que nos é oferecido

Sempre com intensidade

Com entrega total

Como se não houvesse amanhã

Aproveitar cada palavra

Cada gesto

Cada carinho

E sorrir

Porque é bom

Porque faz bem

Construindo momentos

Acumulando memórias

Daquelas boas

Que ficam para sempre

Carlos Santana 

 

Cada um com seu caminho

Cada um com o seu caminho

Com o seu objectivo

Nem sempre vai ser a direito

Nem sempre vai ser fácil

Mas quando nos decidimos 

Quando sabemos o que queremos

Temos que ir em frente

Não importa se por montes e vales

Se caminhos acidentados

Ou até mesmo arriscados

Não sabemos o que nos espera

Pode até o medo bater

Mas depois de dar o primeiro passo

Já nada nos pode travar

E vamos em frente

Com o objectivo no olhar

Sem nunca o perder de vista

Com garra

Com força

Determinação

Um passo depois do outro

Faça chuva

Faça sol

Não paramos

Construímos pontes se preciso for

Para alcançar o que desejamos

Dizem que dos fracos não reza a história

E é verdade

Se queremos fazer a diferença

Temos que ser diferentes  e nunca desistir

Carlos Santana 

 

Mais uma viagem

Mais uma viagem

Mais uma voltinha

Não importa como

Se de carro

Se a pé

Se numa nave espacial

Importa é ir

Tentar

Arriscar

Partir

Dormir na rua

Num banco de jardim

Ou num hotel

Não importa

A vida é só uma

E o bilhete é só de ida

Por isso temos que fazer valer a pena

Aqui ou na lua

Temos que ir 

Experimentar

Viver

Sem medos

De cabeça erguida

Peito aberto

Cair 

Levantar

Faz parte

Sorrir

Cantar

Viver

Carlos Santana 

 

Turbilhão

Turbilhão

É o que a nossa vida é

Um turbilhão de sentimentos

De emoções

De encontros 

Desencontros

É o diz que disse

É a opinião dos outros

Tudo junto

Tudo misturado

Que ecoa pela cabeça

Que nos confunde a alma

Paisagem bonita

Mas as vozes...

Aquelas que nos confundem

Que nos atacam

Que querem que sejamos não diferentes

Mas iguais a elas

Não merecem nada

Nenhuma importância

Porque não temos que viver para agradar

Só temos que agradar a uma pessoa

A nós mesmos

Porque no fim, é a nossa consciência

Que tem que estar limpa

E é isso que nos garante 

Uma noite tranquila

Um sorriso nos lábios

E o caminho para a felicidade

Em paz comigo

Carlos Santana 

 

Somos uma composição

Somos uma composição

Um monte de pequenas coisas

Que se agrupa

Que se vai criando

E cada um leva de nós

Aquilo que provoca

Somos um encaixe

Se perfeito ou não

Nunca saberemos

Apenas vivemos

Apenas somos

E estamos aqui agora

A evoluir

A crescer

A sermos simplesmente 

Diferentes

Porque é a diferença que nos torna únicos

Não importa se somos um monte de cacos

Que alguém agrupou

Se somos bonitos ou feios

O que importa é ser

Ser aquilo que ninguém ousa

Ser de verdade

Ser por inteiro

E ao longo de tudo isto, arriscar

Sem medo de nada

Porque somos várias coisas

E se uma delas cair

Acreditem, vamos continuar a ser

Uma linda composição

Carlos Santana 

 

Balão

Balão

Que voas tão alto

Leva-me contigo

Aquece-me 

Como te aqueces a ti

Deixa que me encha

Tal como tu

E que voe contigo

Lado a lado

Por todo o lado

Conhecer o céu

Outros mundos

Falar com as estrelas

Pedir-lhes conselhos

Ver o que vêm

Escutar tudo

Muito ou pouco

Sempre uma lição

Um mergulho no nada

No ar

No mar

Sei lá

Sei que eu entro

A água sai

Por isso balão

Leva-me contigo

Não deixes que caia

Que me parta todo

Protege-me

Guarda-me

Carlos Santana 

 

Sonhador

Sonhador

É o que sou

Sem medos

Sem vergonhas

Acredito

Luto 

Sorrio

Sonho

Sonho muito

De olhos abertos

Para não perder nada

Que o espetáculo que a vida é

É para assistir por completo

Não perder nada

Não deixar nada por dizer

Nada por fazer

Levar uma vida plena

Com certezas

A certeza de que tudo se faz

Que tudo se tenta

Porque o ontem não volta

Já passou

O que conta é o que fazemos agora

Neste momento

Agora podemos fazer diferença

Sonhamos o que queremos

Concretizamos

Somos felizes

Somos inteiros

Somos criadores de momentos

Carlos Santana 

 

Moinho de vento

Moinho de vento

De braços abertos

Que tudo acolhe

Que tudo transforma

Único

Diferente

De tempos antigos

Tentam esconder-te

Esquecer-se da tua história

Mas tu estás lá

Sempre de pé

Pronto para tudo

Para o que ainda está por vir

Não te negas a nada

E mesmo soterrado

Inundado

Com as velas rasgadas e gastas

Tu voltas à vida

Porque tu és eu

E eu sou tu

Velhos companheiros

Gastos

Mas nunca cansados

Temos o brilho de quem luta

De quem não desiste

E se nos lançam à água

Aprendemos a nadar

Flutuamos

Lutamos

Sobrevivemos a mais um dia

Carlos Santana 

 

Dois

Dois

Diferentes

Únicos

Do dia

Para a noite

Céu azul 

Noite estrelada

E no entanto juntos

Sem falar

Entendem-se

Sem se ver

Sentem-se

Ser humano

Animal

A bela

E o monstro

Aquela união impossível

Que vai acontecendo

Sem hora marcada

Sem nada

Do nada

Apenas porque sim

Porque se pode

Sempre

Mesmo não o sendo 

Acontece

Repete.se

Porque é bom

Porque é intenso

Porque é nosso

Carlos Santana 

 

Caras

Caras

São tantas as que vemos

Ao longo do dia

Ao longo dos anos

Ao longo de uma vida

Mas o que importa 

É que não tenhamos várias caras

Que sejamos sempre o mesmo

Uma constante evolução

Desde que nascemos

Até ao dia em que nada somos

Mas sempre donos de nós mesmos

Verdadeiros

Sinceros

Directos

Deixemos as muitas caras para os outros

Para quem não tem palavra

Para quem não merece consideração

Porque quem é de verdade

Assume o que diz

De cabeça erguida

De sorriso nos lábios

Descansado

Puro

Que a única coisa que mude

Sejam os cabelos brancos

Uma barba comprida quem sabe

Até sermos pó

E até que esse dia chegue

Sermos apenas nós, com uma só cara

Carlos Santana 

 

Pegadas

Pegadas

Que vamos deixando 

Por onde passamos

Que vão marcando quem tocamos

Não são pegadas na areia

Daquelas que o mar leva

São na alma

Na memória de cada um

Pegadas intensas 

De quem caminha ao lado

De quem apoia 

De quem dá mão e não te deixa cair

São únicas

Pegadas de uma vida

Que fazem uma vida

Sem parar

Por esses caminhos fora

De peito aberto

Cabeça erguida

Cruzando os meus caminhos

Com outros que por mim passam

Dando um pouco de mim

Do meu tempo

Tentando fazer o bem

Sempre que posso

Dar um pouco do meu tempo

Porque é a única coisa

Que verdadeiramente podemos dar

E ao fazê-lo

Deixamos a nossa marca, as nossas pegadas

Carlos Santana 

 

Um café por favor

Um café por favor

Quente e forte

Pode ser cheio

Que de fracos e vazios

Estou eu farto

Sem meias medidas

Ou é ou não é

Nem que seja por um dia

Que seja por inteiro

Por isso que veja

Um café forte por favor

E quente

Tem que ser quente

Nem que seja preciso soprar

Menos que isso 

Não quero

Não preciso

Não me faz falta

Quero ver o vapor

Saber que está ali

Á minha espera

Por mim

Para mim

Para ser degustado

E ser bebido enquanto está quente

Quando arrefece

Perde a graça 

Deixa de ter interesse

Deixa de ser prazeroso

E isso ninguém merece

Carlos Santana 

 

Leve

Leve

Como tudo nesta vida deveria ser

Uma explosão de cores

De sabores

Que nos levam às nuvens

À lua ou mesmo até marte

Onde quer que seja

Não importa

Tem que ser bom

Intenso

Viver o momento

Pelo prazer de apenas viver

De apenas ser

De apenas estar

è o agora que conta

Não o ontem

Nem o amanhã

Agora é tudo o que temos

E temos que o aproveitar

De forma intensa

Sem medos

Simplesmente mergulhar

Ir à descoberta

Só porque sim

Porque podemos

E sentimos o sangue a correr

Não paramos

Não podemos

Não queremos

Simplesmente vivemos

Carlos Santana 

 

Olha nos meus olhos

Olha nos meus olhos

Presta atenção

Pode não ver nada

Podes ver tudo

Tudo depende de ti

Do tempo que demorares 

No meu olhar

No meu ser

Um tempo que não é perdido

Porque nas pequenas coisas

Podemos encontrar o nosso mundo

Encontrar quem nos quer bem

Quem nos faz bem

Somos um oceano

Onde nos podemos perder

Ou onde nos encontramos

Somos fonte de carinho

Fonte de calor

Fonte de riqueza

Porque não existe riqueza maior

Que uma boa conversa

uma gargalhada dada com prazer

Um simples sorriso

Ou ter a certeza

Que temos alguém com quem desabafar

Por isso olha

Mas olha com olhos de ver

Um pouco do teu tempo

Em troca do meu

E diz-me com clareza, o que vês dentro de mim

Carlos Santana