segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Mãos dadas





Mão dadas
Beijos que se trocam
Prazer a dois
A noite que cai
E nós aqui
Olhos nos olhos
Sem precisar dizer palavra
Apenas estamos
Apenas somos
Um para o outro
Um momento único
Um momento nosso
Que fica gravado
Que não vai desaparecer
É a entrega total
Desejos proibidos
Que realizamos
Sem que ninguém veja
Sem que ninguém saiba
Corpos enlaçados
Que querem sempre mais
Que gritam por muito mais
As mãos que se apertam
Que mostram que é de verdade
Que está a acontecer
E aqui neste leito
Sem nada termos
Temos tudo
Dei-te a mão
Não larguei

Carlos Santana


 

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Primeiro dia





Primeiro dia
Primeiro encontro
Dia de sol
Dia de chuva
Não importa
É a emoção do momento
O mergulhar de cabeça
Arriscar
Abraçar
Beijar
Dançar na chuva
Como dois loucos
Mas loucos são os que nos vêem
Que levam uma vida banal
Não nós
Nós perdemo-nos nos braços do outro
Fechamos os olhos
O beijo tão desejado
Nada mais importa
Só aquele instante
Em que enleados nos entregamos
Sucumbimos à loucura
Ao desejo
O simples toque de pele
Leva-nos mais além
Uma entrega total
Sem medos nem pudores
E se queres sentir o que nunca ninguém sentiu
Tens que ir até onde nunca ninguém foi
Descoberta de almas, sentidos e sabores

Carlos Santana


 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Simplicidade





Simplicidade
Nada mais que isso
São as pequenas coisas
Que nos alegram
Que nos fazem sorrir
Um bom dia ao acordar
Um abraço
Um carinho
Um por do sol
Um passeio à beira mar
Pequenas coisas mesmo
Que no todo são muito
Voltamos a ser crianças
Molhamos os pés
Caímos na areia molhada
Ou até mesmo dentro de um rio
Não importa
Somos felizes
Estamos de bem com a vida
Vivemos o hoje
Com carinho
Ternura
E muita alegria
Agora estou aqui
Abraço-te 
Ergo-te no ar
Rodopiamos até ficar tontos
O amanhã?
Esse não importa
Tonto seria eu se pensasse nele

Carlos Santana


 

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Para onde vai?





Para onde vai?
Em que pensa?
Mais um dia
Mais uma viagem
A olhar pela janela
A ver os carros passar
E eu aqui
A pensar no que pensa
No que vai naquela cabeça
No que faz aqueles lábios sorrir
No que alegra os seus dias
Parece frágil
E ao mesmo tempo lutadora
Acompanho-a nesta viagem
Cheio de perguntas
Que talvez nunca tenham resposta
Mas até lá
Apreciar o momento
Que esta vida
É viagem de um só sentido
Rir enquanto podemos
Fazer o que nos faz bem
O que nos faz sentir vivos
Que nos faz o sangue ferver
Aquela força que tanto precisamos
E se der vontade de beijar
Porque não?
Mas antes de mais
Bom dia, como se chama?
Posso sentar-me a seu lado?

Carlos Santana


 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

É para a frente que se anda





É para a frente que se anda
É para cima que se pede
O tempo passa
Nada podemos fazer
Apenas aproveitar
Saborear cada momento
Como se fosse o último
Não podemos parar
Ficar imóveis a ver o tempo passar
Ele não espera
E quando damos conta
Já foi
Já passou
Não volta mais
É viver enquanto podemos
Lambuzarmo-nos com a vida
Com o mel com que somos agraciados
Lamber os lábios
Os dedos
As mãos se preciso for
Mas não deixar passar nada
Muito menos por medo
Ou por vergonha
A vida é nossa
O tempo é nosso
E uma coisa engraçada
Quando queremos que ele passe, ele demora
Quando queremos que demore, ele passa
Por isso abreviar o que nos atrasa 
Demorar no que nos dá prazer

Carlos Santana


 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Não sou cordeiro





Não sou cordeiro
Sou lobo
Não sou mau
Mas não sou bom
Sou eu
Com todas as minhas facetas
Aquela pessoa que está do teu lado
Que não desarma
Finco pé 
Não arredo
Tudo depende do que és
Do que me fazes ser
Daquilo que despertas em mim
Podes ter tudo
Ou não ter nada
Cuido dos meus
Com garra e afinco
Daqueles que me são queridos
Perto ou longe, não importa 
Para o bem e para o mal
Bom ouvinte
Sempre presente
Por maus ou bons caminhos
Podem contar comigo
Cuido 
Preocupo-me
Se fizeres por merecê-lo
Tudo depende de como me tratas
Cordeiro não sou... 
Queres o lobo?

Carlos Santana


 

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Não digas nada





Não digas nada
Vem em silêncio
E tiro-te o chapéu
Chega de mansinho
Bem de leve
Como uma pluma
A flutuar pelo ar
Sem ninguém dar conta
Sem ninguém reparar
Shhhhh....
Sem barulho
O meu segredo
O nosso segredo
O teu desejo
Os teus quereres
Anda
Sem pressas
Mas sem parar
Com determinação
Gosto de quem sabe o que quer
E tu pareces que sabes
Não te demores
Estou à espera
Quero que me vejas
Quero que me sintas
Da calada da noite
Ao nascer do dia
E se não der por ti a chegar
Tiro o chapéu
Tiro tudo

Carlos Santana


 

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Vem





Vem 
Ilumina o meu ser
Desvenda os meus mistérios
Estou aqui
Braços abertos
Espero por ti
Quero um abraço
Daqueles fortes
Bem apertados
Dos que dizem que juntam tudo
Que colam todos os bocadinhos
Quero esse abraço
Que me deixa de novo inteira
Preciso que me leiam
Que me vejam como sou
Não como querem que eu seja
Sou quem aqui se apresenta
Despida de tudo
Quero a tua luz
O teu calor
Quero que me aqueças a alma
Que me envolvas 
Aqui estou eu
Longe de tudo
Á tua espera
Vem 
Não te demores
É agora que preciso
É agora que te quero
Aqui, bem ao meu lado

Carlos Santana


 

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Siga a festa





Siga a festa
Num mundo cheio de máscaras
Somos poucos os verdadeiros
Que não têm medo de mostrar quem são
O que são
O que querem
Como querem  
Onde querem
Por isso ergamos os nossos copos
Brindemos bem alto
Aqui estamos
Verdadeiros
Com um passado
A viver o presente
Sem depender do futuro
Máscaras para o chão
Quero sorrisos
Quero olhares
Quero beijos
Daqueles de verdade
Não de aparência
Pode ser apenas um
Mas que valha por mil
Que seja inesquecível
Porque nesta vida tudo passa
Por isso siga a festa
Que é o que esta vida é
Um palco para dançar e cantar
Sem medos nem receios
Celebrar a festa que a vida é
Apenas viver verdades de verdade

Carlos Santana


 

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Caminhos





Caminhos

Que temos que percorrer

Faça chuva ou sol

De noite ou de dia

Não importa

Temos que seguir

São escolhas que se fazem

E temos que arriscar

Ver onde nos leva

É algo que queremos

Que imaginamos

E cabe somente a nós realizar

Ou pelo menos  tentar

Ter a oportunidade de dizer

Eu tentei

Dei tudo de mim

É isto que eu quero 

Pelo menos agora, neste momento

É assim que traço o meu rumo

Sem arrependimentos

Sei que tudo fiz

Tudo faço

Seja suficiente ou não

Eu estou aqui

A caminho

Por caminhos onde nunca andei

Mas não sou fraco

Não sou de desistir

Se comecei... Vou até ao fim

Ou até onde aguentar


Carlos Santana


 

domingo, 14 de novembro de 2021

Pele





Pele
Destapada
Desnudada
Que com um simples toque
Se arrepia
Espera pelo teu toque
Sentir a tua respiração
De olhos fechados
Sorriso que nasce
Imaginação que transborda
Onde tudo se pode
Onde tudo se quer
Onde tudo é possível
Entrego-me a ti
Sem medos
Sem pudores
A entrega maior
Entrega de alma
Sem receios
Sem qualquer limite
Apenas agora
Apenas o momento
Apenas o hoje
Sem demoras
Sem desculpas
Simplicidade
Alimentar o desejo
Mergulhar de cabeça
Tudo é possível
Nem que seja só por um momento

Carlos Santana


 

sábado, 13 de novembro de 2021

Desejo





Desejo
Não sabemos de onde vem
Nem tão pouco como vem
Simplesmente surge
Do nada
Uma palavra
Um olhar
Um carinho
E ele aparece
Por vezes basta um pensamento
Do que foi
Do que é
Do que pode vir a ser
Desejo que cresce
Que aquece
Que nos deixa loucos
Lembramos a noite passada
O mês que vem
Ou até mesmo o próximo ano
O sorriso aparece
O brilho no olhar
Na alma está o que nunca foi esquecido
Está gravado
A palavra
O gesto
O beijo
Ontem
Agora
Amanhã
Memorizado para sempre

Carlos Santana


 

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Beijo





Beijo
Existe coisa melhor?
Um simples beijo
Dado com carinho
Com amor
Com paixão
Daqueles intensos
Que nos enchem de sabores
De pensamentos
De desejos
Um selinho
O tocar de lábios
Troca de intimidades
Fechamos os olhos
Deixamo-nos levar
Não sei bem para onde
Sei que é delicioso
Agora aqui sozinho
Sonho com a tua boca
Com a vontade que tenho
Loucuras
Boas ou más
São minhas
Os meus sonhos
As minhas vontades
E neste momento
De olhos fechados
O que mais me apetecia
Era um beijo
Um simples beijo

Carlos Santana


 

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Chave na ignição





Chave na ignição
Carregar no start
Enrolar punho
Pronto para me fazer à estrada
Sem rumo 
Sem destino
Apenas aproveitar
Seguir em frente
A paisagem que passa
Quase que faço parte dela
As cores que se misturam
Os sons que passam
Cheiros que sinto
Dá para fechar os olhos
Imaginar de onde vêm
É a cabeça vazia
Ausência de tudo
Eu
Mota 
Estrada
Acelerar
Curvar
Tudo passa rápido
Muito rápido mesmo
E se um dia a hora chegar
Num destes meus passeios
Não é para chorar, é parar sorrir
Porque será assim que vou partir
Com um sorriso nos lábios
A fazer o que gosto

Carlos Santana


 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Escrever





Escrever
Só pelo prazer
Sem obrigação
Sem dever
Poder passar para palavras
Aquilo que vai dentro de nós
Organizar aquele turbilhão
Um turbilhão de ideias
De sentimentos
De emoções
De tudo o que nos marca o corpo
A alma
O ser
É transportar o que se sente
Para uma folha de papel
Para um monitor
Só porque sim
Sem ser para agradar
Por vezes só palavras soltas
Sem sentido
Coisas que nem sei bem o que são
Que cá dentro gritam
Que têm que sair
Escrever acaba por ser isso
Desabafar
Soltar o que nos consome
O que nos alegra
O que nos faz bem
Deixar que os olhos leiam
O que a alma não consegue sentir

Carlos Santana