quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Olha o outono





Olha o outono
Com ele chega a chuva
E eu pronto para tudo
Deixa que chova
Que caia com intensidade
Não importa
Porque eu vou para a rua
De sorriso nos lábios
De braços abertos
De alma em paz
De coração aberto
Faz parte
E se me encharcar
Que seja de alegria
Por ter vivido
Por ter corrido
Por me ter entregue
A chuva são gotas
E estas gotas momentos
Momentos a teu lado
Que se não tivesse vindo para a rua
Não os tinha vivido
Por isso o sorriso é enorme
Vale a pena
A molha que chega aos ossos
Que nos escorre pelo corpo abaixo
Mas sabe tão bem
Sinal que estamos vivos
Que amamos
Que somos amados

Carlos Santana

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Quero um beijo





Quero um beijo
Um beijo doce
Um beijo salgado
Um beijo agridoce
Não importa
O que eu sei
É que quero um beijo teu
Daqueles que arrepia a alma
Que me deixa louco
Ainda mais do que já sou
Um beijo sentido
Um beijo consentido
Daquele que damos
E quanto mais damos
Mais queremos dar
Um beijo que nasce
Não se sabe bem de onde
Mas que não queremos que acabe
Que se prolongue noite dentro
Pelos dias fora
Uma eterna roda
Num movimento perpétuo
De duas bocas que se querem
Que não se largam
Só um beijo
Um beijo teu
É tudo o que quero
É tudo o que preciso
Por isso vem
Encosta os teus lábios aos meus
E beija-me apenas

Carlos Santana

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Calma





Calma
Fechar o solhos
Respirar fundo
Passar a mão pelos cabelos
E pensar de mim para comigo
Eu consigo
Sou capaz
Vou dar a volta
Descanso
Apenas un sbreves instantes
Recuperar o fôlego
Voltar à luta
Porque sem lutar
Não se consegue nada
Temos que fazer por merecer
E de olhos fechados
É quando vejo melhor
Quando tudo fica claro
Porque é no mundo dos sonhos que vivo
É lá que me realizo
Onde tudo vai acontecendo
E aos poucos
Faço acontecer
Torno-os em realidade
Lutas difíceis
Mas não inglórias
Porque o prémio
É o melhor de todos
Um sorriso
Seguido de um beijo teu

Carlos Santana

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Pontes





Pontes
Daquelas grandes
Ou das pequenas
Das que levam a todo o lado
Ou não levam a lugar nenhum
Por cima de um vale
Ou por cima de um rio
Ligam dois pontos
Ligam duas margens
Ligam duas almas
Pontes de sonho
Pontes em sonhos
Que nos levam mais além
Para onde não estamos
Para onde queremos estar
Caminhos longos ou curtos
Não importa
Vamos por elas fora
Até ao nosso destino
Até onde nos sentimos bem
Onde nos sentimos em casa
Pontes para atravessar
Para encurtar distâncias
Para nos unir
Pontes daqui à lua
Para o infinito
Pontes para ti
Para chegar mais perto
Para te dar a mão 
Para te dar um abraço
Para te dar um beijo

Carlos Santana

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Verde





Verde
Quero ser verde
Cor da esperança
Uma esperança que não morre
Com aquele toque de frescura
Que nos deixa leves
Frescos e fofos
Acreditar que as coisas boas acontecem
Que têm que acontecer
Porque merecemos
Fazemos por isso
Uma luta diária
Desde que abrimos os olhos
Até que nos voltamos a deitar
Damos voltas e voltas
Sem nunca parar
Para a frente e para trás
Como se de um baloiço se tratasse
Umas vezes coisas boas
Outras menos boas
Quero sentir a brisa
Os perfumes que pairam no ar
Que me inebriam
Que me deixam tonto
Ainda mais tonto do que já sou
Quero sentir os raios de sol
Que passam por  entre as folhas
Que me aquecem a alma
Que me fazem sorrir
Que me fazem sonhar
Que me fazem amar

Carlos Santana

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Há a noite





Há a noite
Há o dia
E no meio
Estamos nós
Sozinhos contra o mundo
Contra as forças obscuras
Que podem existir
Ou apenas fruto da imaginação
Somos anjos
Daqueles caídos
Mal amados
Nunca desejados
E sempre aos caídos
Andamos por aí
E de quando em vez
Cruzamos os nossos caminhos
Sabemos o que queremos
Como o queremos
E nos braços um do outro
Lutamos
Não desistimos
Enfrentamos as forças do mal
Mesmo sem as ver
Não paramos de lutar
Não desistimos
Porque quem desiste são os fracos
As coisas não são fáceis
Mas mesmo com a alma em sangue
O caminho é sempre em frente
Um passo de cada vez
Uma luta de cada vez

Carlos Santana

sábado, 19 de outubro de 2019

Desce daí





Desce daí
Anda até mim
Anda rápido
Sem demoras
Deixa o orgulho de lado
Andas de cabeça na lua
Mas não és a lua
És o meu mundo
O meu tudo
Vem cá abaixo
Olha-te ao espelho
Neste espelho de água
Que é a minha alma
Que é o meu ser
Que treme por ti 
Que vive por ti
Mergulha em mim
Sem medos 
Sem receios
Sem riscos
Só certezas
A certeza de ser feliz
De ter um amigo
De ter um companheiro
Alguém que estará ali
Ao teu lado
Sempre presente
Por ti
Para ti
Por nós

Carlos Santana

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Olhos nos olhos





Olhos nos olhos
É assim que tem que ser
É assim que deveria ser
Com transparência
Com dignidade
Com respeito
A maneira como tudo deveria ser feito
Olhos nos olhos
Não somos de pedra
Muito menos de ferro
Somos de carne e osso
E ainda por cima
Dos quebradiços
Vergamos
Levam-nos aos extremos
E mesmo assim
Aqui estamos
Continuamos de pé
Somos o farol
Aquele que avisa
Aquele que indica
Onde é o porto seguro
Onde existe o perigo
Sabem onde estamos
Onde nos podem olhar nos olhos
Somos duros
Mas ainda assim
Feitos de carne
Feitos de dor
Feitos de amor

Carlos Santana

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Chega cá





Chega cá
Senta-te a meu lado
Vamos ser crianças
Ler histórias de encantar
Folhear este livro
Que é o nosso conto
De regresso à infância
Onde tudo é inocente
Onde podemos andar de mãos dadas
Onde um beijo é dado com carinho
Por vontade e não por maldade
Tempos idos
Que foram escritos
Que foram sentidos
Que agora lemos
Ao viar de cada página
Momentos únicos
Que cada um viveu à sua maneira
De forma intensa
De uma maneira muito singular
Mas em conjunto
A dois
Olhos nos olhos
Onde cada sonho foi realizado
Foi vivido
Uma vida de verdades
De quereres
De vontades
Por isso anda daí
Senta-te aqui
Vamos ler o que já vivemos
Vamos escrever o que ainda nos falta viver

Carlos Santana

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Pequenos momentos





Pequenos momentos
Como pepitas de chocolate
Que polvilham a nossa vida
Que polvilham o nosso doce
O segredo é só um
Para que saiba sempre bem
Dar tudo de nós
Entrega completa
Seja carinho
Seja atenção
Seja tempo
Fazer de tudo
Para que dê certo
Para que saiba bem
Para que valha a pena
São os pequenos gestos
Que fazem grandes momentos
Daqueles que se tornam inesquecíveis
E tal como no bolo que se trinca
Fechamos os olhos 
Saboreamos a vida
A quantidade de pepitas que sentimos
Que nos elevam
Que nos fazem sonhar
Dentada atrás de dentada
Vamos enchendo o nosso ser
Lambuzando-nos de alegria
Deste nosso viver
Que é único
Que é nosso
Que passa tão rápido

Carlos Santana

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Suave





Suave
Frágil
Leve
Eterno
Assim sou eu
Assim és tu
Assim somos nós
De mãos erguidas
Aguardamos
Esperamos
Desesperamos
Sonhamos
A borboleta que voa
Que passa
Que se encanta
Pousa
Descansa
Repousa
Faz a sua casa
Fica onde se sente bem
Porque é ali que é feliz
Tem tudo o que precisa
E mesmo vendo mãos gigantes
Não tem medo
Não tem receio
Sente-se segura
Sente-se em paz
Pode sorrir
Pode voar
Pode amar

Carlos Santana

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Escuta





Escuta
Sol que nasce
Sol que se põe
Presta atenção
A música que passa
A música que cura
Notas à toa
Que se espalham no ar
A musica nasce
Brota-me dos dedos
De início lentamente
Mas como na vida
O tempo vai passando
Vamos ganhando confiança
Tocamos mais rápido
A nota que falha
Que passa despercebida
Oportunidade perdida
Já está
Continuar
Olhar o céu
Ver as suas tonalidades
Fechar os olhos
E tocar
Tocar sem parar
De improviso
Como me sinto
Envolvido
Decidido
Apaixonado

Carlos Santana

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

O tempo passa





O tempo passa
Passa mesmo muito rápido
A uma velocidade alucinante
De tal forma que nem damos por ele
Comecei a escrever
Passou uma hora
Um dia
Uma vida
Restam fotografias
Momentos passados
Lembrança de risos
De outros tempos
De outros momentos
A vida avança
Não pára
Acabámos de nascer
Acabámos a escola
Somos avós
Já não há mais tempo
Já não dá para mais
Será que vivemos
Que fizemos o que quisemos
Que fomos colecionando memórias
Gavetas cheias delas
Ou estamos no vazio
Sem nada que lembrar
Sem ninguém que de nós se lembre
Passa muito rápido
Agora estamos aqui
Amanhã...
Acabou

Carlos Santana

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

É complicado





É complicado
Complicado ser eu
Complicado sentir assim tanto
Aqui dentro
Bem bá dentro
É como se de um bosque se tratasse
Com altas árvores
Frondosas copas
Que tapam a luz
Vários caminhos para seguir
Tanto para  onde ir
Uma neblima que se instala
Olhamos em frente
Sabemos que é para ali o caminho
Mas ainda sem saber como lá chegar
É tudo verde por aqui
Cor da esperança
Mas também escorregadio
Estar atendo
Ver onde piso
Não é fácil
Mas quem manda sou eu
Um passo depois do outro
Continuamos
Arriscamos
Esperamos 

Carlos Santana

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Vou pois





Vou pois
Vou até ao fim do mundo
Por ti 
Por nós
Para beber um café
Para me sentar ao teu lado
Porque me faz bem
Porque me sinto bem
Demore o tempo que demorar
Estou a caminho
Vou lá chegar
Só para te encontrar
Para poder olhar
Para esses olhos
Para essa boca
Para esse sorriso
Pequenas coisas
Que fazem o meu tudo
Não foi fácil
Continua sem o ser
E certamente nunca o será
Mas é este querer que conta 
Esta luta diária
Que mostra o quanto te quero
O quanto me fazes bem
O quanto sinto a tua falta
Pode demorar
Vai demorar
Mas vou lá chegar
Ao fim do mundo
Só por ti

Carlos Santana

domingo, 6 de outubro de 2019

Pouca terra, pouca terra





Pouca terra, pouca terra
Tchuuuu, tchuuuuu
Sou o combóio que passa
Que leva a vida
Que leva o passageiro
Que leva tudo
Que leva nada
Feito de aço
Feito de ferro
Para tudo suportar
Do calor infernal
Ao frio descomunal
Por entre montes e vales
Faz a sua travessia
É a máquina da vida
Que segue sempre em frente
Temos que a acompanhar
Ou ficamos para trás
Sem viver
Sem saber
Sem nada
Só com um vazio
Com uma interrogação
Do que poderia ter sido
Do que poderia acontecer
Embarcar
Ficar
Viajar
Neste combóio que é a vida
Um combóio de emoções
Escolhas
Decisões
Só não se pode parar

Carlos Santana

sábado, 5 de outubro de 2019

Turvo





Turvo
Meio enevoado
Não sei se do fumo
Se do barulho que paira no ar
Um barulho surdo que não se ouve
Que apenas se sente
Como o grito preso na garganta
Aquele que deu um nó
Que não desata
Que apenas ali está
Para nos sufocar
Para nos embaciar as ideias
Entre tudo
Entre todos
Sem saber para onde vamos
Ou onde estamos
É a neblina que se instala
Que nos impede de ver
Talvez do tempo em si
Ou do sentimento que chega
Que parte
Que fica
Que volta
Que sei lá
Turvo
Complicado
Incerto
Aos tombos
Mas em frente
Mesmo sem saber para onde
Sempre em frente

Carlos Santana

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Dureza





Dureza
Um passo em falso e...
Já foste...
Mas vamos assim mesmo
Sem medos
Sem dúvidas
Em frente
Um passo de cada vez
Ver o que acontece
Rumo ao desconhecido
Acima das nuvens
No reino dos sonhos
Dos bons e dos maus
Porque ambos exsitem
O destino está traçado
Não importa quando chega
O que temos que fazer
É apreciar o momento
A viagem que nos leva a ele
Hoje estamos de pé
Amanhã partimos a cara
O segredo está no levantar
Na força que temos para fazer melhor
Tentar de novo
Rir de nós própios
Das figuras que fazemos
Sermos inteiros
Verdadeiros
Dar tudo de nós
Fazer valer a pena
E assim vamos
Um passo de cada vez

Carlos Santana

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Parar





Parar
É o que devíamos fazer
Só por um momento
Para ver o que nos cerca
O que temos 
O que poderíamos ter
Ver a nossa força
A nossa vontade
E tentar compreender esta viagem
Somos grão de areia
Nesta imensidão em que vivemos
Somos a joaninha que voa
Que pede mais um dia
Que  vive este que tem
Tudo tão grande
Tão inexplicável
E é nas pequenas coisas
Que vemos a nossa fragilidade
E ao mesmo tempo
O quão forte somos
Somos joaninha
Joanhinha que voa
Que não desiste
Que pousa suavemente
Que descansa 
Que arranca de novo
Sem medo do que pode acontecer
Sem medo da opinião alheia
Apenas bater as asas
Sentir o vento
Viver a vida

Carlos Santana

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Frio





Frio
A ausência de movimento
Aquele ficar quieto
À espera que algo aconteça
Dizem que a falta de notícias
São boas notícias
Eu discordo
É ficar no vazio
Sem nada saber
Nem mesmo o que fazer
Apenas estamos
Apenas existimos
Como o baloiço parado
Naquela tarde de inverno
Apenas está lá
Sem se mexer
Sem andar
À espera
Como se fosse uma máquina do tempo
Que nos transporta para a frente e para trás
Que ganha vida a cada novo embalo
Uma máquina de sorrisos
Um baloiço parado 
No movimento da vida
Simplesmente à espera
No vazio
Sem nada saber
Sem nada fazer
Sem nada temer
Apenas imóvel

Carlos Santana