sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Luz o fundo do túnel





Luz ao fundo do túnel
Encontrar forças 
Forças que me levem até lá
Que me arrastem
Que me deem um novo fôlego
Está ali tão perto
Só mais um pouco
Fecho os olhos
Imagino o que está do outro lado
O fresco que me bate na cara
Como se fossem palmadas
Palmadas que me acordam
Que me trazem de novo à realidade
E aqui estou eu
De pé
Mãos na cabeça
Olhar incrédulo
A luz está já ali
Só um pouco mais
Um pé depois do outro
Aguentar firme
Já está quase
Sinto aquele arrepio na pele
Que me faz cerrar os punhos
Que me faz ranger os dentes
Uma força que cresce dentro de mim
Porque eu sou capaz
Não desisto
Luto
Eu sou eu
Apenas eu
Nada mais que isso 

Carlos Santana

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Forte





Forte
Fraco
Feio 
Bonito
Em plena luz do dia
Ou à luz da lua
Cada um sabe de si
Dos caminhos que tem que percorrer
Das dificuldades que passa
Do que come
Do que sente 
Do que ama
Somos apenas um mundo
O nosso mundo
Que gostaria de fazer parte de um outro
Poder tornar este nosso pequenino
Num maior
Onde as coisas são feitas a dois
Não porque não se consiga
Mas porque se torna mais simples
Mais prazeroso
Onde tudo é encarado de forma diferente
Onde um passeio na noite escura
É motivo de riso
Em vez de apreensão e cautela
Onde um mergulho no mar
É apenas diversão
Em vez de uma necessidade
Não somos bestas
Muito menos transparentes
Somos de carne e osso
Seres que sentem
Seres que passam
Seres que vivem

Carlos Santana

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Dias bons





Dias bons
Dias menos bons
Mas todos eles para serem vividos
Da maneira que sabemos
Da maneira que podemos
Estamos rodeados de pessoas
Conhecidos 
Amigos
E aqueles com que sempre podemos contar
Que sabemos que estão lá
Não importa o dia
Não importa a hora
Basta chamar
E aparecem
Vindos do nada
Como num passe de magia
A vida é dura
Muitas vezes agreste
Mas não temos que ser fortes constantemente
Não temos que passar por tudo sozínhos
Não precisamos que o outro faça nada
Apenas saber que está ali
Já é motivo suficiente
Enchemos o peito de ar
A confiança que entra a rodos
Uma esperança que se renova
E depois aquele abraço
Um abraço quente
Que nos fortalece
Que junta todos os cacos
E nos faz novamente inteiros

Carlos Santana

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Lá fora chove





Lá fora chove
Chove abundantemente
E nós aqui
Um para o outro
De mãos dadas
Estamos quentinhos
Sentímo-nos bem
Mesmo que longe
Estamos frente a frente
Olhos nos olhos
A sentir a falta que o outro faz
Lá fora chove
Chove mesmo muito
Por cada gota
Um desejo
Um sentimento
Uma lágrima disfarçada
Saudade que aumenta
Que não passa
É que quanto mais longe
Mais perto estamos
Em que tudo se intensifica
Onde a brisa parece o toque
E o cantar das aves a tua voz
Um desfile de recordações
A cada gota que escorre pela janela
Não há frio que entre
Que penetre a nossa pele
Vestimos roupa de amor
Que nos aquece
Que nos aconchega
Enquanto lá fora chove

Carlos Santana

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Existe algures no mundo





Existe algures no mundo
Um ponto onde tudo se reúne
Onde tudo está em paz
Um espelho de água
A lua que beija o sol
O sol que aceita os carinhos da lua
Esta calmaria
Que nos deixa delirantes
Um sorriso no olhar
Aquele bem estar interior
Onde parecemos flutuar
Estamos de bem com tudo
De bem com todos
Um cantinho único
Onde nos refugiamos
Onde nada nos toca
Onde nada nos atinge
Estamos apenas lá
A apreciar o sossego
Um refúgio
Onde nos resguardamos
Onde recuperamos forças
Para encarar o dia a dia
Um passo de cada vez
Sempre firmes
Sempre decididos
E ali estamos 
Onde não é dia 
Nem é noite
Mas estamos seremos
Calmos e contentes

Carlos Santana

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Felicidade





Felicidade
Alegria
Uma gota no oceano
Um sorriso no meio de tanta cara feia
Não somos os outros
Somos nós
E nós fazemos a diferença
Bom humor pela manhã
Sorriso nos lábios
Encarar as coisas de forma positiva
Faz-nos bem
Fazemos bem
Somos simples
Boiamos no oceano
Uma bóia de salvação
Ou apenas diversão
O prazer de brincar na água
Somos um pontinho amarelo
Que faz a diferença
Somos esperança
Somos paz
Somos o que somos
Damos tudo o que podemos
Porque se cada um desse um pouco
Todos íamos receber
Todos íamos agradecer
Acima de tudo
Todos íamos ter um sorriso nos lábios
Porque não há nada melhor que isso
Encarar a vida bem dispostos
Prontos para tudo
Mas sempre com um sorriso de orelha a orelha

Carlos Santana

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

O tempo





O tempo
Esse padrasto
Esse amigo
Esse companheiro de todas as horas
Que nunca nos deixa
Que por vezes é curto
E outras longo demais
Mas é o que temos
O que não temos
Ou o que gostaríamos de ter
Tempo
Muito tempo
Pouco tempo
Mas acima de tudo
O que verdadeiramente conta
É o que fazemos com ele
Como o olhamos
Como o encaramos
Somos nós que decidimos
Como o vamos passar
E quer faça sol ou chuva
Temos que estar preparados
Calçar as botas de borracha
Guarda chuva debaixo do braço
E voltar a ser criança
Saltar nas poças
Dançar à chuva
Sorriso nos lábios
Nem chuva nem frio entram dentro de nós
Apenas fazemos o tempo valer a pena

Carlos Santana

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Noite fria





Noite fria
Noite escura
Noite vazia
Noite assim nunca vivida
Noite mágica
Repleta de seres alados
Fruto da nossa imaginação
Bosque encantado
Onde tudo é possível
Onde tudo é místico
A lua cheia lá no alto
As criaturas da noite que passeiam
Uma feiticeira
Que canta
Encanta
Espalha a sua magia
Cria os seus feitiços
Um fogo intenso
Que arde
Que queima
Que está tão próximo
Que está dentro de mim
Porque tudo isto
É criado por mim 
Dentro de mim
Sentimentos únicos
Que criam maravilhosas recordações
Porque foi numa noite escura
Num parque mágico
Que encontrei a minha feiticeira
E que um mundo de sentimentos nasceu

Carlos Santana

domingo, 18 de novembro de 2018

Não preciso ver





Não preciso ver
Apenas sentir
Uma luz ao fundo
Que deixa ver contornos
Nada mais que isso
A escuridão prevalece
Fecho os olhos
Os dedos sobre as  teclas
Escrevo
Toco
Palavra por palavra
Nota por nota
Não sei se bom ou mau
Apenas me deixo levar
Sabe bem
Um escape
Uma maneira de mandar cá para fora
O que sinto
O que quero
O que vejo
Sinto tudo
Quero ainda mais
Não vejo nada
E nem preciso
Os olhos são o espelho da alma
São o reflexo do que vai cá dentro
Mas quando são eles a ver
Nem sempre sabem lidar com o que vêm
Por isso fecho os olhos
Apenas sinto
Apenas toco

Carlos Santana

sábado, 17 de novembro de 2018

Agarra





Agarra 
Não largues
Isso 
Com força
E assim vamos
Continuamos esta caminhada
Com medos
Alguns receios
Um ou outro tropeção
Nas pedras do caminho
Ou num passeio mais irregular
Mas não paramos
De cabeça erguida
Olhos abertos
A ver um pouco mais à frente
À espreita do amanhã
Mas com os pés assentes no hoje
Para que possamos viver
Um dia de cada vez
De forma intensa
De forma pura
A acreditar que tudo vai correr bem
Porque a verdade é que já correu
Estamos aqui
De pé
De mão dada
Percorrendo um caminho
Que nos é desconhecido
Mas que o vamos desbravando
Dia após dia
Com muita vontade
Com muita garra
Com muito amor

Carlos Santana

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Voem





Voem 
Voem livres
Esvoaçando pelos céus
Em busca de novas
Novas que me enchem de alegria
Cada um seguindo o seu caminho
São muitos
Para que nada escape
Para que tudo ouçam
Para que tudo vejam
Que o vosso bater de asas
Leve um pouco de mim
Um pouco que se faz tudo
Levando um pouco de paz
Um pouco de alegria 
Um pouco de conforto
Porque eu 
Estou aqui para ti
De corpo e alma
Estes pássaros que voam
São sentimentos meus
Que quero que te cubram
Para te dar força
Para saberes o que  sinto
Voam em bando
Para que nunca se separem
Para que sempre estejam juntos
Porque a união faz a força
E é assim que somos
Como as penas na asa de um pássaro

Carlos Santana

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

E todos os dias te escrevo





E todos os dias te escrevo
Sobre tudo
Sobre nada
Divagações de uma mente irrequieta
Que não sossega
Que não descansa
Que não sabe de ti
Que se preocupa
Que sente esta distância
Esta imensidão de mar 
Que parece que cresce
Por isso esta palavras
São para criar a ponte
Que nos une
Que nos aproxima
Que nunca deixa esquecer
Uma luta diária
Numa relação a dois
Porque é assim que tem que ser
Nunca dar nada por garantido
Fazer de todos os dias
O primeiro dia
Uma conquista 
Que deve ser feita a cada novo  amanhecer
São páginas e páginas de texto
Sentimentos escritos
Desejos desenhados
Em simples folhas de papel
Por dedos simples
De uma simples pessoa como eu

Carlos Santana

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Contornos





Contornos
De tempos passados
De tempos vividos
Memórias
Que nos queimam o ser
Daquilo que foi
Daquilo que é
Desenhados a preto e branco
Sem meio termo
Ou é ou não é
Porque assim é a vida
Ninguém vive suspenso
Mesmo que exista um mundo de sonhos
Os pés sempre no chão
Saber o que se quer 
Como se quer
Quando se quer
Principalmente quando se trata de duas almas
Que tanto querem
Que tanto merecem
Uma base construída há muito
Que foi crescendo
Que foi aumentando
Dia após dia cuidada
Preto ou branco
Sim ou não
Nada de talvez
Nada de assim assim
É mesmo lambuzarmo-nos com a vida
Com o carinho que nos é dado
Com a atenção prestada
Com o amor que brota
Pode não ser tudo para quem recebe
Mas é tudo para quem dá

Carlos Santana

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Que não me falte a tinta





Que não me falte a tinta
Que pena eu tenho
E escrevo sem parar
Porque os sentimentos afloram
Encho páginas e páginas
Do que me alegra
Do que me deixa inseguro
Do que me faz feliz
Do que me tira o sorriso
Seja com luz natural
À luz da vela
Ou mesmo sem luz
Eu escrevo
Só porque sim
Porque posso
Porque quero
Porque mando tudo cá para fora
Para não rebentar
Para não calar
Um poeta louco
Ou um amante tonto
Que sente demais
Que vive demais
Que ama demais
Um amor lacrado há muito
Com troca de votos
Com troca de alianças
Que valem o que valem
Porque o real valor está nas acções
Nas nossas atitudes
Que não me falte a tinta
Que pena eu tenho

Carlos Santana





sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Digam lá o que quiserem





Digam lá o que quiserem
Mas há alturas
Em que tudo o que apetece
É acender um cigarro
Dar aquele primeiro bafo
Que nos enche os pulmões
Que nos faz esquecer de tudo
Depois expirar
Aquela nuvem de fumo
Que aumenta
Que fica à nossa volta
Que nos deixa em paz
Uma droga que nos faz mal
Que nos leva para outro mundo
Quer seja para o lado de lá 
Quer seja para o mundo dos sonhos
Tive um maço por companheiro
Durante muitos anos
Fumava para acordar
Fumava para adormecer
Fumava para me acalmar
Basicamente fumava por dois motivos
Por tudo e por nada
Não que sinta a falta
Não é o vício físico
É mesmo o vício da alma
Da droga que altera a alma
Que nos deixa alheios a tudo
Adormecidos
E ao mesmo tempo acordados
Neste momento fumo
Mas fumo sem fumar

Carlos Santana

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Chamem-me louco





Chamem-me louco
Chamem-me o que quiserem
Porque a mim não me afeta
Não mudo
Nem há motivo para mudar
Faço a minha música
Com o que quero
Com o que posso
São sentimentos meus
Que nascem aqui dentro
Para serem ouvidos por mim
Sentimentos sinceros
Suaves
Delicados
Frágeis
Para serem tocados com penas
Com penas mas sem pena
Apenas ouçam
Apenas sintam
Sem dizer nada
Pensem o que quiserem
Mas um pensamento vosso
Que só a vós diz respeito
Cada um sabe de si
Sabe das batalhas que enfrenta
Dos obstáculos que tem que transpôr
Para viver mais um dia
Para estar de pé mais uma hora
Para dizer mais uma palavra
Por isso sintam
Por isso vivam
A vossa vida 
E sempre de forma intensa

Carlos Santana

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Olhar distante





Olhar distante
Preparado para o frio
Barba por fazer 
Cabelo por cortar
Sente-se a humidade no ar
Aquela que escorre pelas paredes
Como lágrimas 
Que escorrem pelo rosto
Um pouco perdido
Sem rumo certo
Cambaleando 
Por esses terrenos incertos
Cheios de pedras
Cheios de buracos
Como uma alma com lacunas
Que procuram respostas
Que querem certezas
Alturas há
Em que a noite cai
E o certo fica incerto
Chega a ausência de cor
De sentido
A bússola que perde o magnetismo
Ficamos desnorteados
Andamos às apalpadelas
Porque não se pode parar
Não se pode deixar de lutar
Nem tão pouco pensar nisso
Um dia de cada vez
Ontem, hoje, amanhã
Sempre
Para sempre

Carlos Santana

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A olhar o mar





A olhar o mar
Ou a olhar para nada
Tanto faz
Hoje estou isolado
Sem nada para fazer
Sem nada que dizer
Sem nada que escrever
Um daqueles dias
Em que nada é tudo
Mas tudo é nada
Difícil de descrever
Ou até de pensar
Parece que a inspiração nos abandona
Nos deixa sozinhos
Abandonados às nossas dúvidas
A pensamentos menos bons
Ficamos para ali sentados
A olhar a imensidão do vazio
Porque é assim que estou
Uma imensa massa vazia
Cheia de interrogações
De decisões a serem tomadas
Escrevo por nao ter nada 
Ou por ter tudo
Já nem sei
Sei que hoje falta algo
Como se tivessem arrancado um pedaço
Acordei assim
Pensativo
Sem pensar em nada
Mas com gritos que invadem a minha mente
Mente que hoje mente a ela própria
Um dia confuso

Carlos Santana

domingo, 4 de novembro de 2018

É tudo tão relativo





É tudo tão relativo
O que é pouco para um
Pode ser muito para outro
E por isso mesmo
Vou pecar por excesso
Nunca por defeito
Quero dar sempre tudo
O máximo que posso
Da maneira que sei
Que se fartem de mim
E da maneira como sou
E se tudo o que faço
Der para um sorriso
Então tudo valeu a pena
A vontade de acariciar o teu rosto
De olhar nos teus olhos
Entregar-me por completo
Por inteiro
De corpo e alma
Arriscar tudo
Dar tudo
Fazer tudo
Lutar sempre 
Para que dê certo
Para que aconteça
Para que o futuro seja presente
Para que o sorriso seja constante
E os sentimentos bons cresçam
Bem regados
Bem cuidados
Bem amados

Carlos Santana

sábado, 3 de novembro de 2018

Parado no tempo





Parado no tempo
Como uma fotografia
Que regista um momento
Algo que nos chamou a atenção
Que vale a pena ser recordado
Algo a que nos agarramos
Não que vivamos no passado
Porque esse nunca mais vai voltar
Mas recordamos o bom
Aquilo que queremos repetir
O motivo de um sorriso
A força de seguir em frente
De não desistirmos do que queremos
Apenas parado
A olhar um rosto
De uma fotografia tirada
E a recordar como é bom
Estar em frente a esse rosto
Estar ao lado dessa pessoa
Lembrar do que foi feito antes
E do que fizemos depois
Daquilo que falámos
Dos planos que fizemos
Promessas feitas
E nunca desfeitas
Porque é isso que temos
É isso que somos
A nossa palavra
E palavra dada 
Nunca deve ser retirada
Por isso estou assim
Por isso sou
Uma fotografia tirada
Um momento parado
Um registo efectuado
À espera do ser amado
Para ser amado

Carlos Santana

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Não





Não
Não há
Não há impossíveis
Quando existe determinação
Quando existe querer
Quando existe vontade
Quando existe empenho
É tudo uma questão de tempo
Queremos o topo
Queremos aquela vista deslumbrante
E por mais difícil que seja
Por mais íngreme que fique
Não desistimos
Podemos ir com todos os cuidados
Podemos ir bem devagar
Um pé depois do outro
No nosso ritmo
Mas vamos
Sem parar
Olhando em volta
Guardando momentos
Respiramos fundo
Enchemos o peito de ar
A alma de sentimentos
Porque tudo à nossa volta
Nos impele para o topo
Recordações de todos os locais
De todos os tempos
Da neve do inverno frio
Ao sol que brilha intenso no verão
É uma caminhada nossa
Onde não há mesmo impossíveis
Só quereres e vontades
Onde tudo depende de nós

Carlos Santana