domingo, 25 de setembro de 2022

Borboleta





Borboleta
Nem minha 
Nem tua
Nem forte 
Nem fraca
Não a prendas
Não a agarres
Deixa-a pousar
Ou partir
Para algo tão leve
Tão decidida
Ela escolhe
Pesa tudo
Abre a mão
Vê o que acontece
Pode ser que voe
Pode ser que fique
Mas uma coisa é certa
Essa certeza imensa
De que tudo foi feito
Se partir
Não foi o suficiente
Mas se ficar
Ahhhhhhhhh
Se ficar foi porque quis
Porque se sentiu bem
Encontrou o seu ninho
Encontrou tudo o que lhe fazia bem
Ficou por um motivo
Encontrou a felicidade

Carlos Santana 


 

sábado, 24 de setembro de 2022

Mais um nascer do sol





Mais um nascer do sol
Um amanhecer
E que amanhecer
Daqueles lindos
Que nos fazem sonhar
Mas acima de tudo
Uma certeza
Estamos vivos
Acordámos para poder assistir
É uma daquelas maravilhas
Que poucos dão valor
O estar vivo
O a cada novo dia
Poder continuar a escrever
Aquilo a que chamamos vida
Não a podemos desperdiçar
Temos que a fazer valer 
Aquilo que temos medo de dizer
Não pode ficar calado
Vai consumir-nos
Isto é um dia de cada vez
Mas de forma intensa
Sentir o sangue a correr
Erguer a cabeça
Cerrar os punhos
Sorriso nos lábios
E gritar bem alto
Cá vou eu de novo
Vou à luta
Vou simplesmente viver

Carlos Santana 


 

domingo, 4 de setembro de 2022

Um beijo





Um beijo
Um simples beijo
E tudo muda
Aquele momento tão simples
Onde podemos ter tudo
Ou nada
Um momento único
Onde só os corajosos vencem
Não há lugar para medos
É vencer ou morrer
Mas com uma certeza
A de que se tentou
Nem que seja um selinho
E se correr bem
Conquistamos o mundo
Não importa se numa manhã soalheira
Ou num daqueles entardeceres românticos
Temos que arriscar
Dar o passo em frente
Se é mesmo o que queremos
Porque um beijo é sempre um beijo
É sempre bom
Mesmo entre amigos
Mas uma coisa é certa
Sem o primeiro beijo
Nada acontece
Tudo fica na mesma
É fechar os olhos e avançar
Por isso vos pergunto
Já beijaram hoje?

Carlos Santana 


 

sábado, 3 de setembro de 2022

Sou o mesmo





Sou o mesmo
Aquele que fez promessas
E que as cumpriu
Homem de palavra
A mão que estiquei
Continua lá 
Esticada
Para quem quer
Para quem merece
O que escrevo
É sentido
É vivido
Escrevo para mim
Memórias
Desejos
Sonhos
Sei lá
Tanta coisa
Apenas escrevo
Leiam-me
Para em lerem
Para saberem um pouco de mim
O que sou 
Como sou
Directo, bruto, intenso
Sincero, sensível, divertido
Apenas eu
Faça sol ou chuva
A quem estendi a mão
Sabe que pode contar comigo

Carlos Santana