Sonhos

Sonhos

Algo tão belo

Tão puro

Fruto da nossa imaginação

Do nosso sentir

Do nosso querer

Uma fogueira acesa

Que vai arder

Pode ser para sempre

Desde que seja alimentado

Tudo é possível

E na noite escura

As chamas dão luz

E se o frio apertar

As brasas vão aquecer-nos

E o melhor de tudo

É que podem ser realidade

Fazer com que a cada novo dia

As labaredas dancem

Uma dança louca de paixão

Entrelaçadas

Elevando-se pelos céus

E cada vez mais fortes

Alimentadas de tudo o que nos faz bem

Porque no fim é a isso que se resume

Como nos sentimos

Se temos aquele sorriso nos lábios

Aquele que só os sonhadores têm

Que o motivo é só um

A possibilidade de tornar sonhos em realidade

Carlos Santana

 

São notas

 

São notas

Notas soltas

Penduradas

Tocadas

Sentidas

Colcheias

Mínimas e semínimas

Algumas semibreves

Aqui e ali fuzas

Com uma pausa à mistura

Com que vou compondo

Parte da minha vida

Do que quero

Do que sonho

Do que ouço

Esta melodia que se forma

Vem de dentro

De uma forma intensa 

Pura

Ritmos loucos

Insanos

Porque a vida é assim

Para ser dançada

A um ritmo vertiginoso

Ao som desta música maluca

Que nasce destas notas

Que me são tocadas na alma

O que faço, faço por mim

Por ti

Por nós

Carlos Santana

Pé descalço

Pé descalço

Sujo 

Ferido

Cansado

Mas não para

Em equilíbrio

Por um carril frio

Que me leva

Nem sei para onde

Pedras aguçadas

Que reclamam a minha carne

Esperam que tropece

Que caia

Mas não lhes dou esse prazer

Sigo a passo

No meu passo

No meu tempo

Com calma

Vou lá chegar

Talvez um dia destes

Ou nunca

Ninguém sabe

O que conta é a viagem

Enquanto nos movemos

Cada segundo conta

Nesta vida louca

Não há certezas

Certo só o destino final

Por isso caminho

Sempre sem parar

Carlos Santana

 

Já é noite

 Já é noite

Chega-te a mim

Abraça-me

Eu cuido de ti

É para isso que aqui estou

Olha para a lua

Tão sossegada que ela está

Olha para nós

Com ternura

E olha por nós

Que bem precisamos 

Uma caminhada longa

Difícil

Sem saber bem onde pisamos

Que caminho seguir

Vamos até ao mar

Vamos devagar

Ouvir as ondas que rebentam

Fechar os olhos

Embalados 

O beijo que se dá 

Que se rouba

Sem que ninguém veja

Só nosso

E sem dar por ela

Os pés molhados

Dois loucos

Mais uma noite

Mais um luar

Mais um sentimento sentido 

Carlos Santana

Não há impossíveis

Não há impossíveis

Pode haver falta de vontade

Comodismo

Desinteresse

Uma parafernália de coisas

Mas impossíveis?

Esses não há

Pode não ser fácil

Que é o que por norma acontece

Mas se lutarmos

Vamos conseguir

Ter bases fortes

Raízes profundas

Que pode vir o mais forte dos ventos

Que não nos arranca

Que não nos separa

Não há distância longe demais

Quando realmente queremos

Conseguímos

Certas coisas 

Vão além da carne

Vão além do desejo

Vêm da alma

Com um sorriso imenso

Daqueles de iluminam a noite escura

Que fazem dela dia

A força do ser é imensa

Um querer que só aumenta

E é por isso que não há impossíveis

Muitas vezes há é falta de garra

Carlos Santana

 

Estranhamente estranho

Estranhamente estranho

Um não sei quê

Não sei bem onde

A vontade de nada de fazer

De simplesmente baixar os braços

Descansar

Olhar nem sei bem para onde

Que até o dia

Na sua imensa beleza

Está estranho

Tudo muito estranho

Uma vontade de gritar calado

De partir tudo 

Sem sequer um braço levantar´

Virar a mesa

Mas estranhamente

Estou estranho

Sem vontade

Meio cansado

Meio decidido

Em nada fazer

Apenas dizer

Apenas escrever

Não estou bem

Mas também não é mal que estou

Apenas estranho

Um reino de apatia que se instalou

Aquela moleza mesmo muito mole

Até o sorriso custa

Tudo estranhamente estranho

Carlos Santana

 

Tempo...

 

Tempo...

Que coisa estranha que ele é

Não o conseguimos entender

Umas vezes passa rápido demais

Como se asas tivesse

Outras, que apenas parou

Nunca temos tempo para nada

E no entanto, tempo é tudo o que temos

Tempo perdido

Tempo dado

Tempo conquistado

Tudo uma questão de tempo

Que quando estamos perto

De quem nos faz bem

De quem nos distrais

Corre de uma maneira nunca vista

Os dias parecem horas

As horas são minutos

Os minutos transformam-se em segundos

E os segundos dão lugar ao nada 

Mas quando estamos longe

Os segundos que nada eram

Em anos se transformam

Uma espera morosa

Em que o tempo dá lugar à paciência

E andam de mãos dadas

Porque se assim não fosse

As asas que o tempo tem

Iam guiar-me à loucura

Pelo tempo que o tempo leva a passar

Carlos Santana

E que bem que sabe

E que bem que sabe

Um café a dois

Um café partilhado

Dado com agrado

Daqueles fortes

Que te desperta

Que te faz viver

E querer sempre mais

Não é o café que faz isto

O café é só a desculpa

O que faz isto é a companhia

Que nos acorda para a vida

Que nos faz ver que tudo é possível

Que basta acreditar

Lutar pelo que queremos

Por aquilo que desejamos

Quando se está bem

Ao lado de quem queremos

O tempo voa

Nem damos por ele passar

Entre um golo e outro

O sorriso que não deixa de existir

Os olhos que brilham

As mãos que se tocam

Sentimentos desenhados no ar

Sentidos cá dentro

Não só agora

Não só neste momento

Mas sim para todo o sempre

De forma muito quente e intensa

Carlos Santana

 

Fala-me ao ouvido

 Fala-me ao ouvido

Conta-me segredos

Conta-me tudo

Faz-mr sorrir

Rir

Dar gargalhadas

Não importa

Quero um sussurro teu

Sentir um arrepio na nuca

Segreda-me

Coisas de adulto

Coisas de criança

Coisas nossas

Só quero ouvir a tua voz

Sentir a tua vibração

Quero-te aqui

Ao pé de mim

Bem junto a mim

Fala-me

Canta-me

Mas só para mim

Ao meu ouvido

Fala-me de tudo

Ou até mesmo de nada

O que importa

É o tempo juntos

A nossa intimidade

A nossa cumplicidade

Quero o brilho no olhar

Quero a tua voz em mim

Carlos Santana

Talvez a vida seja isto

Talvez a vida seja isto

Um constante equilíbrio

Dar ao pedal

Não parar

Sorriso nos lábios

Sorriso no olhar

Alma leve

Alma serena

Uma pista livre

Prontos a descolar

Vamos a toda a brida

De corpo ligeiro

O vento no rosto

Somos crianças

Vivemos o momento

Não complicamos

Queremos

Sentimos

Amamos

De uma forma única

Sem igual

Tão nossa

Somos apenas nós

A viver a vida

Como deveria ser vivida

Com simplicidade

A simplicidade de um gesto

De uma palavra

De um carinho

De um beijo

Carlos Santana

 

Memórias

Memórias

Recordações

Fotografias

Daquelas que tiramos com os olhos

Que guardamos na alma

Não se apagam

Não se esquecem

Vamos guardando

Acumulando

Recordando

Foram laços criados

Anéis trocados

Tempos passados

Tempos futuros

Mãos dadas

Abraços sentidos

Beijos roubados

Tudo cabe cá dentro

Bem guardado 

Que só há espaço para o que faz bem

Para o que nos completa

São retratos a preto e branco

Que esperam voltar a ser coloridos

Com as cores de um sorriso

A troca de um olhar

Aquele encontro que tarde a acontecer

Tudo é possível

Tudo pode acontecer

A memória está viva

O querer é imenso

Carlos Santana