sábado, 23 de julho de 2022

Boraaaaaaa





Boraaaaaa
Anda daí
Eternas crianças
A cometer loucuras
Sem medos
Sem vergonhas
Sem pudores
Vamos a fundo
Criamos lembranças
Memórias
Onde nada fica por dizer
Nada fica por fazer
Dois loucos
Em busca de nada
Só o prazer do momento
Aquele instante
Onde tudo acontece
Sorrisos
Bem estar
E aí vamos nós
Escrevendo a história
Aquela que nos faz bem
Que nos sabe bem
Sem ligar aos outros
Ao que pensam
Ao que dizem
Ao que fazem
Porque esta vida é minha
A minha loucura
E sou eu que a escrevo

Carlos Santana 


 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Um mergulho no mar





Um mergulho no mar
Um mergulho no mundo
Um mergulho em mim
Água gelada que me invade
Um despertar de realidade
Estou aqui sem estar
Dormente
Trôpego
Olho para tudo
Sem nada ver
Já não sinto
Sinto muito
Por nada sentir
Aqui estou eu
Aqui vou eu
Não sei para onde
Nem tão pouco como
Mergulho
Afundo
Desapareço
O desnorte impera
Mas o frio
Este choque intenso
Faz-me despertar
Bracejo
Volto a tona
Respiro
Quero
Luto 
Vivo

Carlos Santana 


 

domingo, 17 de julho de 2022

Um simples beijo





Um simples beijo
Era o que mais queria agora
Colocar um sorriso nesse rosto
Passar a mão pelos teus cabelos
Dar-te a mão
Partir sem destino
O tempo passa
Não diminui a distância
Tudo acontece
Sem nada se passar
Uma mesma rotina
Cansa sem esforço
Falta a presença 
O toque
O cheiro
E o que mais queria
Um beijo
Um simples beijo
Onde tudo começa
Onde tudo acaba
Ter tudo 
Sem nada ter
Quando o que se quer 
Não se tem 
Diferente
Intenso
Único
Complicado
Porque com todo o meu querer
Só queria um beijo teu

Carlos Santana 


 

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Um livro aberto







 Um livro aberto

Pronto a ser escrito

A receber novas linhas

Novas palavras

O tempo não para

E quanto mais escrevermos

Mais vamos ter para recordar

Cartas já escritas

Textos sem nexo

Carregados de sentimentos

Desabafos

Desejos

Relatam dores

Alegrias 

Vitórias

Foram folhas arrancadas 

De livros já cheios

Que têm as suas histórias

As que eu vivi

E continuo a viver

De cabeça erguida

Com um sorriso nos lábios

Aqui estou eu

Peito aberto

Como este livro 

Que repousa aqui diante de mim

Páginas em branco

Sedentas de tinta

Das marcas da caneta

Sedentas do que me vai na alma


Carlos Santana