sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Apenas um sonho






Apenas um sonho
Que já foi realidade
Onde rimos
Onde brincámos na neve
Um frio que nos gelava os ossos
Mas um sentimento enorme
Que nos aquecia o peito
Saudades desses tempos
Tempos passados
Onde no passado
Sonhavamos o futuro
Um mundo de sonhos
Onde escrevíamos o nosso conto
Aquele conto de fadas interminável
Onde fomos heróis
Daqueles de capa e espada
Derrotámos dragões
Vencemos oceanos
Lutámos
Lutas a sério
Contra tudo e contra todos
Onde nem o general inverno
Foi capaz de nos vencer
Momentos a dois
De mãos dadas
Abraçados
A olhar um mesmo horizonte
Onde tudo é possivel
Onde tudo é lindo
Saudades
Muitas saudades desse tempo

Carlos Santana

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Detalhes





Detalhes
Pormenores 
Não importa o tempo
Nem a idade
Há coisas que não se explicam
Já vêem de nascença
E ao longo do percurso
Vamos realizando os nossos sonhos
Ou o que pensamos serem sonhos
Apenas fazemos o que sentimos
Um instinto
Um querer
E vamos adiando
Até chegar a hora
Até chegar o momento
E agimos por impulso
Compramos a mota
Que nos dá aquela sensção de liberdade
Compramos a viagem
Que nos leva a conhecer o amor
Não tinhamos nada
E temos tudo
Porque tudo é tão pouco
E temos tudo ao nosso alcance
Basta querer
Basta lutar
Entrar num avião
Atravessar um oceano
Chegar de peito aberto
Não tendo nada
Mas à espera de tudo

Carlos Santana

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Altura de paz





Altura de paz
De amor
De paciência
De muita coisa boa
Pelo menos na boca de alguns
Mas é uma pena
Que não pratiquem o que falam
Que sejam como o outro
Um tal de Judas
Aquele que pela frente era uma coisa
Mas que por um punhado de moedas
Fez o que vez
Deixem-se de falsidades
De falsas moralidades
Ninguém é mais que ninguém
A inveja é uma coisa feia
Se queres o que o outro tem
Faz como ele
Vai à luta 
Trabalha
Declara-te
Bocas venenosas
Que destilam veneno
Mas apregoam a paz
Tenham vergonha na cara
Assumam-se
Se não querem o bem
Não façam o mal
Vivam a vossa vida
Tenham tempo para vocês
É triste viver num mundo como este
Onde se apregoa o amor
Mas onde cada vez mais existem Judas
Reflitam 
Mudem
E façam um favor aos outros
Desapareçam

Carlos Santana

sábado, 21 de dezembro de 2019

Que venha a noite





Que venha a noite
Que venha o frio
Mandem também o silêncio
Que eu aguento
Sem medos
Sem receios
No meio do nada
De braços abertos
Peito escancarado
Eu estou aqui
Estou de pé
Á luz da lua
Que me ilumina
Mostra o caminho
E faz-me caminhar
Passos firmes
Nem o céu encoberto me pára
Não quero
Não posso
Não dá
Enregelado
Cego
Ferido
Repouso 
Descanso
Saro
Levanto
Continuo
Não páro
Por isso que venha
Que venha a noite

Carlos Santana

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Vamos brindar





Vamos brindar
Ergamos os copos
E de um só trago
Beber tudo
Ficar inebriados
Alegres 
Cheios do que é bom
Vamos despejar esta garraja
Enquanto é tempo
Enquanto estamos de pé
Venha mais outra
E outra
Mais um brinde
Mais um copo vazio
Encher de novo
Vinho diferente
Vinho de todas as cores
Mas o mais intenso
É sem duvida o vinho verde
Cor de esperança
Bebamos então
Sofregamente
Mais um copo
Mais uma garrafa
Até ficarmos tontos
Até nos lambuzarmos por inteiro
Dançamos feitos loucos 
De copos bem cheios
Bem erguidos no ar
E brindamos
Porque os copos somos nós
A garrafa é o tempo
E o vinho é a vida

Carlos Santana

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Homem de palavra





Homem de palavra
De sentimentos únicos
Mão esticada
Não largo
Não desisto
Sei o que quero 
Como quero
Quando quero
E isso é sempre
Para sempre
Tudo no seu tempo
Tempo que temos
Que deixamos de ter
Tempo que passa
Tempo que parece parar
Mas tempo
Tempo que te dou
Tempo gravado em momentos
Aqueles momentos únicos
Aqueles das borboletas que voam
Que nos fazem pensar
Que nos fazem sentir
E quanto mais tempo passa
Mais certezas existem
São voltas e voltas
Voltas à volta do tempo
Até fico tonto
Mais do que sou
Mas continuo
Com tempo
Em frente
Mais tempo

Carlos Santana

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Letras e flores





Letras e flores
Boas de dar
Boas de receber
Palavras escritas
Com perfume de rosas
Rosas dadas
Com a intensidade das palavras
As flores falam sem nada dizer
Já a escrita deixa o odor no ar
Dos sentimentos sentidos
Dos desejos desejados
Das dores doridas
Dos amores amados
Tanto para dar
Tanto para dizer
tanto para escrever
Aja tempo
Aja vida
Que o sentir não acaba
E sempre vem mais
No dia seguinte
Na hora que passou
No momento que está para vir
É o que tenho para ti
Letras e flores
Para saberes que não te esqueço
Sempre viva na lembrança
Momentos inesquecíveis
Experiências vividas
De forma tão intensa
Que nada apaga
Apenas faz relembrar

Carlos Santana

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

É de outro mundo





É de outro mundo
Só pode
Não é desta terra
Escrito lá longe
Nas estrelas
Em outros planetas
Mas não aqui
Não pode ser
Não pode ter sido
Tudo o que sinto
Não cabe aqui
Nem neste meu peito
Nem neste meu mundo
Nem nesta minha vida
Salta-me à vista 
Da vista
Fica escrito no rosto
Nos lábios
Neste sorriso que não pára
Que não desaparece
Desenho o céu
Pinto-o de cores mil
E subo
Desenho estrelas
Constelações
E tudo o que aja para lá disso
Porque é assim este sentimento
Maior que tudo
Maior que todos
Não desaparece
Apenas cresce
Para lá da vista
Para lá do mundo

Carlos Santana

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Apenas isto





Apenas isto
Esperança no olhar
É tudo o que carrego
Neste olhar tão meu
Que é tão teu
Já não sei o que olho
Nem para onde olho
Umas vezes vazio
Outras tão cheio
Um olhar marejado
Que por vezes transborda
Nem sempre o olhar sorri
Tem dias
Dias estranhos
Onde nada acontece
Mas tudo se passa
E passa depressa demais
Tanto para ser dito
Sem nada dizer
Olha nos meus olhos
Vê o que sentem
O que dizem
Vê o que querem
Porque eles querem-te tanto
E só de te pensar
Sorriem
Enchem-se de felicidade
Uma alegria sem fim
Só de te ver
Só de te sentir
Só de te ouvir

Carlos Santana

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Tiro-te o chapéu





Tiro-te o chapéu
Por tudo o que fizeste
Pelo que me fizeste sentir
Pelo que me fizeste descobrir
Nesta minha inocência
Um eterna criança
De olhar assustado
Que se chegou a ti a medo
Mas sem medos
Conheci-te
Beijei-te
Cresci
Fizeste-me mesmo crescer
Ser mais eu
Gostar mais de mim
E no entanto
Continuei criança
Aquela que brinca
Que sente
Que se ilude
Criança que chora
Criança que ri
É aquilo que há em mim
Que não acaba
Porque tento
Porque luto
Porque vale a pena
Por tudo isso
O meu muito obrigado
Por tudo isso
Tiro-te o chapéu

Carlos Santana

sábado, 7 de dezembro de 2019

Deito-me





Deito-me
Nesta cama vazia
Fria
Onde eu sorria
Deixo-me embalar
Embarco em pensamento
Das alturas em que fumava
Aquela passa que enchia
Seguida de uma baforada
Que impregnava o ar
Olhos quase fechados
Mas calmo
Penso no que fiz
No que não fiz
No que podia ter feito
E chego a uma só conclusão
Nada mudava
Estou aqui
Sou o que sou hoje
Pelas decisões que tomei
Ou pelas que deixei de tomar
Já nem sei
Mas estou cá
Olho para o fumo
Um emaranhado de figuras
Que serpenteiam pelo ar
Formas estranhas
Que aparecem  e desaparecem
Como o que penso
Confusão cá dentro
Aqui deitado
Nada a fazer
Apenas viver

Carlos Santana

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Palavras antigas





Palavras antigas
Letras batidas
Sentimentos sentidos
Que não se apagam
Que não mudam
As mesmas ruas sem cor
Por onde passo todos os dias
Sempre mais do mesmo
E já passo sem ver
O brilho esbateu-se
A luz vai ficando mais ténue
Até ver algo
Algo que me faz lembrar de ti
E tudo volta
Na mesma força
Com a mesma intensidade
É a flor que dá cor
Que dá brilho
Que dá esperança
Que faz acreditar
E tudo muda
Tudo ganha vida
Um dia de cada vez
Pé ante pé
E lá vamos nós de novo
Com mais garra
Com mais vontade
Hoje somos muito mais que ontem
Queremos muito mais
Sentimos muito mais
Hoje muito mais que ontem
Somos apenas nós

Carlos Santana

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Dona do tempo





Dona do tempo
Dona de tudo
Até da razão
E com tudo na mão
Não se apercebe 
Não se dá conta
Que precisava de tão pouco
Para ter muito mais que tudo
E o tempo passa
Já não volta
Naquele tempo perdido
Nada mais há a fazer
Já não volta
É meia noite
Meia vida passada
Outra meia para passar
Minutos
Horas
Meses
Que vais fazer?
Viver?
Sonhar?
Realizar?
Só não deixes o tempo voar
Sem asas
Sem chão
Sem razão
Dona de tudo
Dona de nada
Dona de mim

Carlos Santana

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Uma casa no meio do rio





Uma casa no meio do rio
No meio do lago
No meio de mim
Casa simples
Casa quente
Casa única
Casa chamada coração
Sempre com uma palavra amiga
Com atenção
Com carinho
Com tempo
Com dedicação
É o meu coração
Uma casa
Uma ilha
Um mundo
Aberto 
Fechado
Isolado
Invisível
Para todos 
De ninguém 
Só para um
Coração batido
Rasgado
Cosido
Alegre
Perdido
Encontrado
Casa única
Coração eterno

Carlos Santana

domingo, 1 de dezembro de 2019

Romance





Romance
Paixão
Amor
Mais do que palavras
São atitudes
Atitudes que nos ganham
Que nos perdem
E ao longo da viagem
A cumplicidade que nasce
Não dá para descrever
Nem tão pouco comprar
Apenas sentir
Poder olhar para o outro
E saber o que ele quer
Poder dar tudo
Sem esperar receber nada em troca
Ver aquele sorriso que nasce do nada
Apenas por andar de mãos dadas
Aquele sentir bem
Sentir completo
Sem saber porquê
Porque certas coisas não se explicam
Apenas se sentem
E é neste eterno sentir
Que ando de um lado para o outro
Como um leão enjaulado
Que vive de recordações 
Que vive de momentos
Que vive de agoras
Que se repasta com sentires

Carlos Santana

sábado, 30 de novembro de 2019

Diferente?





Diferente?
Sou com toda a certeza
Não encaixo nos padrões normais
Mergulho de cabeça
E logo mais vejo o que acontece
São túneis e mais túneis
Apenas com uma candeia na mão
Ir à descoberta
Ver o que acontece
E o que acontece é magia
Vamos onde nunca fomos
Conhecemos quem nunca conheceríamos
Apenas porque vamos sem medo
Vivemos
Não fazemos de conta
Porque isso não existe
Nem nos livros
POrque esses contos
São reais
Na cabeça de alguém 
Na vida de alguém
Cabe a nós escrever o nosso
Ir até onde nunca ninguem foi
Dar tudo de nós
De peito aberto
Enfrentar o desconhecido
Rir do perigo
Porque não há nada melhor
Que andar de cabeça erguida e sorriso nos lábios
Diferente?
Sou pois
Mas se tiver que falhar
Que seja por ter dado tudo de mim

Carlos Santana

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Turbilhão de emoções





Turbilhão de emoções
Querer sem ter
Ter sem querer
Sei lá
Complicado
Estranho
Intenso
Olho e fico tonto
Mas tonto já eu sou
E que tonto sou
Rodopio sem parar
De braços abertos
Cabeça para trás
É até cair
Até me estatelar no chão
Partir a cara
Rir de mim
Levantar 
Continuar
Rodar até mais não
Tudo posso
Sou flor
Sou dor
Sou aço 
Sou vidro
Apenas sou
Apenas eu
Louco
Tonto
Humano

Carlos Santana

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Equilibrio





Equlíbrio
Desequilíbrio
Uma arte
Desengonçado
Uma dança
Ao som da música
Passo a passo
E pé ante pé
Ao som da vida
Aí vou eu
Rodopio
Cabelo solto ao vento Salto Não páro Tropeço
Sorrio
Caio Levanto Danço Faz parte Cai a lágrima
Ao som da vida
Enfrento Luto Descanso Mas danço Ao som da música
Mas se o dia chegar
Parar é morrer E eu quero ser eterno Vai ser a dançar
E vou com um sorriso e um assobio
Que daqui vou parir Vou contrariado mas vou Porque a mim ninguém me cala
Carlos Santana

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Estrada sem fim





Estrada sem fim
É por aí que vou
Sem medos
Sem pressas
Apenas pela viagem
Sentir o vento
Esse eterno companheiro
Que vai assobiando
Nada na cabeça
Completa ausência de pensamento
Vou por instinto
Sem destino
Sem rota traçada
Nem tão pouco um caminho
Nada de nada
Apenas ir
Porque esta viagem não tem volta
Não tem nova tentativa
Não é escrita a lápis
Não há borracha que a salve
Enrolar punho
É para ir a fundo
Aproveitar a vida
Comê-la à mão
Da maneira que melhor sabe
Rumo ao horizonte
Descobrir o que por lá anda
Ou nunca lá chegar
Sei que vou
E sempre com um sorriso nos lábios

Carlos Santana

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Sem medos





Sem medos
Anda daí
Enfrenta o frio
Enfrenta a chuva
Vem até mim
Vamos dançar até cair
Dançar a chuva
Completamente encharcados
Loucos
Felizes
Risonhos
Crianças
Sem maldades
Sem nada
Apenas a alegria
De estar juntos
De estar ali
Debaixo de um mesmo céu
A partilhar um momento
Daqueles que se torna eterno
Nas linhas de um poema
Ou naqueles versos que escrevo
Apenas por prazer 
Por vontade
De relembrar o que foi feito
De sonhar o que está para vir
E nesta dança à chuva
Refresco o meu ser
Lavo a minha alma
Descanso a minha consciência
E escrevo
Escrevo sem parar

Carlos Santana

domingo, 24 de novembro de 2019

Ficar quieto





Ficar quieto
Boca fechada
Olhar a magia a ser criada
Mais um nascer do sol
Uma calmaria serena
Cores que nascem
Que brotam
Que se misturam
São como um bailado 
Flutuam sobre as águas
Sem nunca se tocarem
Uma reflete a outra
E eu aqui
Parado
Sem pestanejar
A apreciar este espetáculo
Sem saber o que dizer
Sem saber o que pensar
Um momento parado no tempo
Onde nada acontece
Apenas estamos
Apenas somos
Não sabemos bem o quê
Mas não importa
Temos a alma cheia
Está em paz
Contente
De ver esta quietude
Onde nada importa
Mas tudo conta

Carlos Santana

sábado, 23 de novembro de 2019

Não te quero ver





Não te quero ver
Quero abraçar-te
Quero sentir-te
Quero cheirar-te
Apenas te quero
Aqui
Agora
Dar-te uma flor
Um ramo
Um jardim
Mas aqui
Ao pé de mim
Ao meu lado
Tratar dele em conjunto
A dois
Regar
Ver crescer
Colher
Coisas tão fáceis
Tão simples
Mas que dão prazer
Um prazer que faz sorrir
Que faz cantar
Que apenas nos faz sentir bem
Sim é a tua presença que eu quero
Sentir-te aqui
Apenas estar
Apenas ser
Apenas ficar

Carlos Santana

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Desenganem-se





Desenganem-se
Não existe fragilidade
Existem sentimentos
Não existe falta
Existem saudades
Não preciso de trono
Nem tão pouco de reino
Existe vontade
Garra
Teimosia
Orgulho
Coisas boas e más
Que fazem de mim o que sou
Não há regras nesta selva
Cada um faz o que pode
E eu faço tudo
Não há meio termo
Entrega total
Umas vezes besta
Outras bestial
Umas vezes calmaria
Outras tempestade
É o que temos
É o que sou
Mergulhar de cabeça
Sem medo
Sem receio
Brilhar 
Partir
Simplesmente amar

Carlos Santana

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Olha as horas





Olha as horas
O tempo passa
Cada vez mais depressa
Não pára
Nem tão pouco abranda
Metade já passou
E nem adianta olhar para trás
Já era...
Cuidar do que temos
Dar tudo de nós
Mas dar tuo sempre
Não só às vezes
Sempre
Para que não murche
Para que a flor continue mimosa
Essa flor que te dei
Repleta de sentimentos
Carente de cuidados
A hora avança
Avança rapidamente
Momentos vividos
Momentos para viver
Uma viagem louca
Que nos faz loucos
Seguimos em frente
Não paramos
Vamos a trote
Vamos a galope
Simplesmente vamos
Porque a hora...
Essa não pára

Carlos Santana