sábado, 7 de dezembro de 2019

Deito-me





Deito-me
Nesta cama vazia
Fria
Onde eu sorria
Deixo-me embalar
Embarco em pensamento
Das alturas em que fumava
Aquela passa que enchia
Seguida de uma baforada
Que impregnava o ar
Olhos quase fechados
Mas calmo
Penso no que fiz
No que não fiz
No que podia ter feito
E chego a uma só conclusão
Nada mudava
Estou aqui
Sou o que sou hoje
Pelas decisões que tomei
Ou pelas que deixei de tomar
Já nem sei
Mas estou cá
Olho para o fumo
Um emaranhado de figuras
Que serpenteiam pelo ar
Formas estranhas
Que aparecem  e desaparecem
Como o que penso
Confusão cá dentro
Aqui deitado
Nada a fazer
Apenas viver

Carlos Santana

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