Entrelaçadas

Entrelaçadas

As minhas mãos nas tuas

Suaves

Belas

Carentes

Quero-te aqui

Agora

Ao meu lado

Para te tocar

Para olhar para ti

Quero que vejas o meu sorriso

Aquele espelhado nos meus lábios

Só de estar a teu lado

Só de pensar em ti

Por isso vem

Sem demoras

Apressa-te

Quero dar-te as mãos

A alma

A vida

O que quiseres

Sou teu

Leva tudo

Estou aqui

Pronto

Ansioso

Desejoso

De ti

De mim

De nós

Carlos Santana

 

Olha nos meus olhos

Olha nos meus olhos

Para veres o que eu vejo

São coisas simples

E ao mesmo tempo intensas

Coisas de verdade

Sem ilusões

Mas que nos fazem sonhar

Olha bem

Para sentires o que eu sinto

Não te distrais

Ou podes perder o mais importante

O olhar que sorri

A lágrima que cai

O cansaço que se instala

Olha com olhos de ver

Não olhes só por olhar

Demora o teu tempo

Aprecia a vista

Deixa-te levar

Por uma imensidão de luzes

Que te iluminam o caminho

Acredita

Vale bem a pena

Vais ver o que nunca viste

Sentir o que nunca foi sentido

E tudo por ti

Para ti

Aqui 

Agora

Sempre

Carlos Santana

 

Salta

Salta

Salta o mais alto que conseguires

Que eu vou-te agarrar

Não te deixo cair

Nas minhas mãos

Ficas sempre em segurança

Coisas simples

Que nos alegram

Que nos fazem esquecer 

Aquelas loucuras do dia a dia

Aqui neste mundo nosso

Molhamos os pés

Encharcamos o corpo

Mas a alegria enxuga-nos

Mergulho de cabeça

Sem medos

Vou atrás de ti

Por mais que saltes

Não te perco

Não te largo

Brincamos juntos

Rimos juntos

Somos donos disto tudo

Fazemos o que queremos

Como queremos

Eternas crianças

Inocentes

Sem maldade

E tudo resolvemos

Com um brilho no olhar e um sorriso nos lábios

Carlos Santana

 

Sonhos

Sonhos

Tenho uma mala cheia deles

Alguns desfeitos

Muitos realizados

Outros tantos por realizar

E vou atrás deles

Porque se os sonhei

Sou capaz de os realizar

Não há sonhos grandes demais

Há sim, vontade de menos

Desistir antes de tentar

E isso não faz parte de mim

Posso partir a cara

Mas desistir, isso nunca

Se não dá para ir em frente

Vou de volta

Mas não paro

O sonho é meu

Sou eu que o quero

Não importa o que os outros dizem

Sou capaz

A minha vida

Os meus sonhos

Corro atrás deles

Luto pelo que quero

Por isso tenho uma mala cheia

Porque todos os dias, são dias de sonhar

De querer mais, de realizar mais

Por isso sonhem

Sonhem muito e sejam felizes

Carlos Santana

 

Vamos embora

Vamos embora

Vamos por aí

Partilhar um som

Partilhar um passeio

Partilhar uma vida

Criar momentos só nossos

Criar recordações

Daquelas boas

Deliciosas

Maravilhosas

Que nos fazem sorrir

Que nos fazem suspirar

Vamos embora

Que o tempo passa

E passa mesmo muito depressa

E pressa tenho eu

De estar a teu lado

De te dar a mão

De te dar um beijo

Daqueles repenicados

Sonoros

Com língua

Sem lingua

Beijo

Beijo bom

Intensenso

Saboroso

Um beijo inesquecível

Um beijo para todo o sempre

Um beijo que parecem mil

Carlos Santana

 

Pontes

Pontes

Que vão sendo construídas

Algumas não levam a lado nenhum

Aquelas que não importam

Outras, aquelas que realmente importam

Mostram-nos o mundo

Levam-nos a todo o lado

Vão além-mar

Além-terra

Além-espaço

Além-tudo

Pontes fortes

Construídas com pedacinhos da alma

Cimentadas de sentimentos

São as pontes que contam

As que ficam por toda a eternidade

Descritas nestes textos

Imortalizadas

Pontes que me levaram a tantos lados

Conheci mundo

Conheci tudo

Tudo o que realmente importava conhecer

Mas acima de tudo

São pontes de duas vias

Que dão para os dois lados

Podem ser usadas por quem toquei

Por quem quiser

Pontes abertas

Pontes seguras

Pontes criadas com o coração

Carlos Santana

 

É daqui até à lua

É daqui até à lua

Sempre foi 

Sempre será

Não há meio termo

É viagem de ida

Para viver intensamente

É sentimento sem fim

Que não muda

Que não acaba

Vamos em frente

Sem medo

Peito aberto

Seja rápido como a luz

Ou quase parado

Não importa

Estamos aqui pelo caminho

Aquele que temos que percorrer

Que nos encanta

Que nos faz querer mais

Sem pressões

Porque nos faz bem

Os olhos brilham

Olham a paisagem que passa

Absorvem tudo

Porque é incrível

Lindo de ver

Como aquilo que sinto

Que sempre disse

E volto a dizer

O que sinto é mesmo daqui até à lua

Carlos Santana

 

Um brinde à vida

Um brinde à vida

A tudo o que temos

E que não temos

Ao que nos vai aparecendo

Temos que apreciar o momento

Este instante que aqui estamos

Que respiramos

Estamos vivos

O coração bate

Mente activa

Aproveitar

O agora

O já

Enquanto podemos

Enquanto estamos bem

Enquanto temos força

Agarrar a vida

Viver a vida

Por nós

Não ficar à espera do que os outros acham

Do que podem dizer

Não precisamos de aprovação de ninguém

Basta uma consciência em paz

Um espírito leve

Uma alma feliz

Aproveitar mesmo tudo

Para que quando a hora chegar possamos dizer

Estou bem, fiz tudo o que queria, tive uma vida cheia

Brindo a ti vida

A tudo o que me tens dado, a tudo o que ainda me vais dar

Carlos Santana

 

Amigos

Amigos

Daqueles de verdade

São poucos

Que mesmo sem estarem presentes

Estão lá

Para o que der e vier

Como que um pacto invisível

Ou até daqueles feitos a uma mesa

Uma mão em cima da outra

Mosqueteiros dos tempos modernos

Que basta uma chamada

E metem-se a caminho

Eu estou aqui para ti

Tu estás aí para mim

Seja a que horas for

E estamos reunidos

Podem passar-se anos

Atravessar continentes

Ou até mudar de rua

Não importa

O laço que une a verdadeira amizade

É indestrutível

É elástico

É aquele laço que até a verdade dura 

Aquela que dói mesmo

Podemos dizer

Chamar a atenção

Que a amizade não morre

Fica mais forte, mais verdadeira

Assim é a amizade dos amigos amigos

Carlos Santana

 

Estou como quero

Estou como quero

Abro os braços

Abraço o mundo

É tudo meu

Porque eu posso

Só porque sim

Mangas arregaçadas

Porque é de trabalho

Que se faz a vida

Que se vai à luta

As calças arregaçadas também

Sem medo de me molhar

Entrar água dentro

Rir feito perdido

Posso dizer com toda a certeza 

Que já tive um pouco de tudo nesta vida

Coisas poucas

Que para mim foram muitas

Aquelas alegrias que não se descrevem

Que temos que passar por elas

Sustos, foram mais que muitos

Mas que me fizeram sentir vivo

E dar valor ao que tenho

Que mesmo sendo pouco

São o meu tudo

O meu pequeno mundo

Onde sou rei e senhor

Agora é sorrir

Com a certeza de que o que é para mim

A mim chegará

Carlos Santana

 

E é tão simples

 

E é tão simples

Tão fácil

É só seguir as indicações

Sigam as setas

Sigam os sentimentos

Que a felicidade, está já ali

Não a estão a ver?

Não é com os olhos

É com a alma

Com o coração

Vão atrás do que vos faz bem

Do que vos faz sorrir

Deixem de ser fracos

Digam o que sentem

Digam o que querem

E mesmo que ninguém vos ouça

Mesmo que ninguém vos queira

Está dito

Sem arrependimentos

O que conta é o hoje

Amanhã podemos já cá não estar

É hoje que conta

O agora

Este momento

Abrimos os braços, rodamos até cair

Gritamos bem alto o que sentimos

Choramos

Rimos

Vamos atrás

Atrás da felicidade

Carlos Santana

Vem cá

Vem cá

Senta-te ao meu colo

Olha para mim

Deixa-me ler-te

Penetrar nesse olhar

Ler a tua alma

Saber o que sentes

Saber o que queres

Como queres

Quando queres

Beija-me

Não digas nada

Não quero palavras

Quero atitudes

Quero beijos

Quero abraços

Quero tudo

Vem 

Senta-te

Aqui somos um

Indivisíveis

Inseparáveis

Temos tudo

Não precisamos de nada

Somos um do outro

É assim que te quero

No meu colo

Desejada

Amada

Sempre junto a mim

Carlos Santana

 

Um beijo

Um beijo

Nada mais do que isso

É tudo o que te peço

Daqueles memoráveis

Inesquecíveis

Tu e eu

Lábios colados

Olhos fechados

Sentimento sem fim

Daquele que não apaga

Que cresce

Que aumenta

Que rebenta

Uma explosão de alegria

Que faz recordar

Que faz viver

Aquela vida única

Que sempre se deseja

Desejos fogosos

Que nascem

Com um simples beijo

Aquele que abre portas

Que vai até à alma

E que por lá fica

Torna-se eterno

Por isso beija-me

Beija-me aos primeiros raios de sol

Beija.me na noite escura

Beija-me agora

Beija-me sempre

Carlos Santana

 

Sentadinho

Sentadinho

Fresco e fofo

Apenas um urso

Daqueles simpáticos

Carinhosos

É o que sou

A maior parte das vezes

Paciente

Difícil tirarem do sério

Mas quando a tampa salta

Meu amigo...

Sai da frente

O urso vira bicho

Daqueles que cega

Que nada vê à frente

E leva tudo a eito

Deixem-me no meu canto

Sossegadinho

A curtir a minha onda

Assim de longe

Até pareço amoroso

E sou mesmo

Seja de longe ou de perto

Por isso se não vêm por bem

Nem sequer vejam

Mantenham a distância

E se não vos parecer bem

Afastem-se mais

Deixem-me aqui sossegado

Fresco e fofo

Carlos Santana

 

Escolhe

 

Escolhe

Não importa o tamanho

Nem tão pouco a luz que tem

Tenho aqui de todos os tamanhos 

De todos os feitios

Ilumino o teu céu 

Da cor que mais gostares

Até lua nova tenho

Daquela que não consegues ver

Não porque não existe

Mas apenas porque não queres

Pessoalmente

Gosto da lua cheia

Daquela bem grande e brilhante

Que deixa tudo às claras

Que faz da noite dia

Gosto de andar de olhos bem abertos

De ver tudo 

Saber por onde vou

Não importa por onde 

Ou para onde

Sei que tenho que ir

Por isso escolhe

Queres grande?

Talvez pequena?

Apagada?

Vermelha cor de fogo?

É só dizeres 

Que aqui tenho de tudo

Escolhe

Carlos Santana

Somos sombras

Somos sombras

Nada mais que isso

Vamos divagando por aqui

Sózinhos

Aos atropelos

Aos pares

Mas sombras

Onde nada se vê

Onde nada se sente

Cabisbaixos

Adestrados

Conformados

Buscamos apoio

Sem nunca o encontrar

Não existe

Não aqui

Não mais

Perdeu-se a humanidade

O sorriso apagou-se

Nasceu a escuridão

E por lá andamos

Sem saber muito bem a fazer o quê

Apenas existimos

Ou já nem isso

Apenas sombras do que já um dia fomos

Caminhamos em direção à luz

Aquela que dizem estar 

No fim do túnel

Ou por lá perto

Até que desaparecemos

Carlos Santana