quinta-feira, 29 de julho de 2021

Pois é


 




Pois é

Continuo aqui

Não arredo pé

Palavra dada é para ser cumprida

Um farol imóvel

Um porto seguro

Sinal de aviso

Ou abrigo para apenas descansar

Esteja o mar bravo

Ou em dias de calmaria

Aqui estou eu

Cada vez mais forte

Cada vez mais confiante

Sou luz 

Nos dias escuros

Que mostra novos caminhos

Que ilumina outros rumos

A palavra amiga 

Nos dias de nevoeiro

Aquela que motiva

Que faz sorrir

Que sabe bem ouvir

Mesmo quando nada é dito

Apenas para sentir

Sentir que não abandono

Que continuo o mesmo

Nada mudou

Nem o mar

Nem o farol

Nem eu


Carlos Santana

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Lua


 




Lua

Minha conselheira

Minha confidente

Ficas lá no alto

Acima de tudo 

Acima de todos

Escutas-me com paciência

Sem pressas

Um brilho azulado

Que acalma 

Que nos transporta 

Para além das nuvens

Flutuamos

Num mar de algodão doce

Ou pelo menos assim parece

E tu, olhas para mim

Consegues entender-me

Por mais confuso que seja

Levas-me contigo

Neste sonho lindo

Fazes com que não custe tanto

Com que tudo pareça mais simples

E eu escuto-te

Agradeço as tuas palavras mudas

Que me enchem de esperança

De noites melhores

Mais leves

E enquanto não chegam

Deixo-me dormir neste mar de tranquilidade


Carlos Santana

segunda-feira, 26 de julho de 2021

E é na calada da noite





E é na calada da noite

Que te escrevo

Que sonho contigo

Que vou pensando

Na falta que me fazes

Em como é bom estar a teu lado

Na tua pele suave

Nesse teu perfume só teu

Fecho os olhos

Tão fácil imaginar-te

Nesse teu sorriso

No teu ar de menina

Menina mulher

Que sabe o que quer

Não imaginas nem sonhas

O quanto é bom estar junto a ti

Momentos únicos

Que ninguém me tira

Que ninguém apaga

Basta estar a teu lado

Não dá para explicar

Sei que quero sempre mais

E quanto mais tenho

Mais quero

Uma bola de neve gigantesca

Feita de bem estar

De carinho

De respeito

E é na calada da noite

Que cada vez te quero mais


Carlos Santana

 

sábado, 24 de julho de 2021

Brindemos


 




Brindemos

Erguei os copos bem alto

Que as canecas se ouçam 

É a amizade que hoje aqui se celebra

Em todas as suas formas

De perto

Ao longe

Mais ou menos amigos

Devemos relembrar

Os que já partiram

Os que aqui estão

Os que não quiseram ficar

E os que ainda estão para vir

Enquanto houver alguém que nos ouça

Nunca estaremos sozinhos

Um brinde à amizade verdadeira

Aquela que não precisa de contacto diário

Mas que quando precisamos, está lá

Não há muitas assim

Por vezes menos que os dedos de uma mão

Mas basta um

Aquele que não importa a hora

Podemos ligar

Que vem em nosso auxílio

E sabe bem

Ficamos mais confiantes

Porque nem sempre conseguimos tudo 

E às vezes uma palavra de incentivo

É tudo o que precisamos

Brindemos então a todos os nossos amigos


Carlos Santana

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Paz


 




Paz

Um pouco de tranquilidade

Ficar sentado

A olhar lá para longe

Mas sem nada ver

Aquele olhar vazio

Sem sentido

Imagens que entram

Retidas na retina

Fechar os olhos

O silêncio que abunda

Que preenche o vazio à nossa volta

A sua ausência torna-se presente

Enche o nosso ser

Momentos únicos

De nós para nós

E ali naquele ermo

Olhamos em volta

Agora já de olhos despertos

Sentidos afiados

A neblina que se move

Como uma manta que se puxa

Para que nos cubra

Para que nos aqueça

No tempo frio

Ou que nos refresque

Com a sua brisa matinal

E é com esta ausência de tudo

E ao mesmo tempo repletos de nada

Que a paz finalmente chega


Carlos Santana


quarta-feira, 21 de julho de 2021

Estar





Estar

Ser

Sonho

Ilusão

Azul

Mar

Oceano

Perdido

Nesta imensidão

De um céu longínquo

Onde tudo é possível

Onde me perco

Onde me encontro

Aqui e ali

Vão aparecendo criaturas

Umas conheço

Outras nem imagiva que existiam

Mas pode ser isso mesmo

O fruto da minha imaginação

Um momento de loucura

Onde tudo é criado

Onde os loucos são sãos

Um novo mundo

Ou mundo novo

Onde existo 

Onde habito

Onde crio

Onde sonho

Onde quero

Onde apenas sou


Carlos Santana

 

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Vem cá


 




Vem cá

Olha-me nos olhos

Não digas nada

Beija-me

Sinto a tua falta

Encosta-te a mim

Deixa-me proteger-te

estou aqui para ti

Deixa a chama arder

Esta química só nossa

Que não se percebe

Que não se entende

Mas que se quer

Cada vez mais

Mais forte

Mais intenso

Mais único

Mais nosso

Juntos

Podemos tudo

Queremos tudo

Conseguimos tudo

Basta acreditar

Não desistir

Continuar a lutar

É um querer infinito

Que não custa 

Que não cansa

Vem cá e não digas nada

Beija-me apenas 


Carlos Santana

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Dás-me a volta à cabeça





Dás-me a volta à cabeça

Fico sem reacção

É tão bom olhar para ti

Ficar só ali sossegadinho

A contemplar-te

Seja enquanto dormes

Ou num simples passeio 

O olhar meigo nasce

O sorriso brota

Tudo tão fácil

Tão simples

Que agora quando fecho os olhos

Sinto que te abraço

Sinto o teu corpo encostado ao meu

os braços à tua volta

Que se fecham com força

Para não mais te largar

Para que fiques aqui

Sempre junto a mim

A partilhar um mesmo caminho

Um mesmo destino

Não importa as voltas que o mundo dá

Temos tempo

E tempo é tudo o que não temos

Não quero abrir os olhos

Quero continuar a sonhar

Pode ser que assim passe rápido

Pode ser que fique sempre assim

De cabeça à roda, num mundo meu

Sempre abraçados


Carlos Santana


 

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Deixa arder


 




Deixa arder

Não deixes que se apague

Mete mais lenha

Atiça a brasa

Um fogo vivo

Um fogo lindo

Deixa que queime

Não de dor

Mas de intensidade

Sentimentos puros 

Que ardem sentimentalmente

Daqueles que não se apagam

Desde que continuem a ser alimentados

Chega-te a mim

Vê como estou quente

É este fogo que arde cá dentro

Não é fogueira de vaidades

É uma fogueira de verdades

Do que se sente sem sentir

Que não dá para explicar

Apenas arde

E arde cada vez mais

Alimento estas chamas

Que não me faltem nem sentidos

Nem sentimentos

Sinto-me bem

Sinto-me único

Um estroina

Um doido

Quem sabe apenas um louco


Carlos Santana

sexta-feira, 9 de julho de 2021

Mala Feita





Mala feita

Mais um combóio perdido

Parado na gare

Aqui estou eu

A olhar lá para fora

A pensar no que me espera

Sem saber o que fazer

Ou sequer o que dizer

Uma coisa sei

Parado ninguém fica

Ninguém pode ficar

Reflexos do que foi

Que nascem com a luz do sol

Aquela luz intensa

Que incandeia

Que nos cega

Que nos aquece

Que nos mostra o caminho

Parado na paragem

Simplesmente à espera

Daquela carruagem

Que nos deixe embarcar

Rumo ao desconhecido

Rumo a nada

Só mais uma viagem

Uma que não tenha fim

Daquelas que nos faz sorrir

Que mos enche de esperança

Que nos leva ao desconhecido

Aquele que tão bem conhecemos


Carlos Santana