Mulher

Mulher

Hoje é o teu dia

Como o são todos os outros

És semente em terreno baldio

Que dá flor

Que dá fruto

Iluminas uma sala com a tua presença

Iluminas o mundo com o teu sorriso

Hoje é um dia para os esquecidos

Para que se lembrem do quão importante és

Mãe 

Mulher

Amante

Mulher

Simplesmente mulher

Para ser cuidada

Para ser tratada com igualdade

E nunca maltratada

Que hoje não seja dia de receber flores

Mas que te ofereçam plantas

Para que se façam presentes

Para que nunca sejam esquecidas

Porque a planta que vai crescendo

És tu mulher

Com as duras lições da vida

Ou com momentos de alegria imensa

Não te cales mulher

Grita os teus medos

Declama as tuas alegrias

Abre os braços

Abraça a vida

Carlos Santana

E por ai ando eu

E por aí ando eu

Atento a tudo

A prestar atenção a nada

Perdido nos meus pensamentos

Uma besta na natureza

Ou uma besta da natureza

Não importa

Sou eu

Que por aqui ando

Que por aqui passeio

Neste verde imenso

Como imenso é o meu sentimento

Sinto por ti

Sinto por nós

Mas acima de tudo

Sinto por mim

Sinto este fresco

Este verde no meio do mato

Onde tudo é o que é

Simples

Belo

Perigoso

Com aqueles raios de sol

Que nos trespassam

Que nos acariciam a pele

E assim levamos a vida

Com um sorriso nos lábios

Sempre à espera de dias melhores

Que nos tragam certezas

Que nos tragam alegrias

Que nos tragam felicidade

Carlos Santana

Gaiola dourada

Gaiola dourada

Longe de tudo

Longe de todos

Onde nada se vê

Onde nada se sente

Aquela falsa sensação de segurança

Uma fina grade

Finamente trabalhada

Que espera um relance

Um toque 

De alguém que se aproxime

Para mostrar a realidade

E quando isso acontece

Vem o espanto

Os olhos que se arregalam

Que não acreditam no que vêm

Um misto de tanta coisa

Palavras ditas

Silêncios sofridos

Risos soltos

Pequenas coisas

Que fazem o tudo

Que fazem o todo

Lábios entreabertos

Que querem dizer o não dito

Palavras que sufocam

Que prendem mais que grades

Grades da mente

Grades do corpo

Grades imaginárias

Que se tornam reais

Pela força do querer

Carlos Santana

Que lindo que ele é

Que lindo que ele é

Cheio de luz

Cheio de cor

Cheio de som

Dá voltas e voltas

Como as voltas que a vida dá

Chegamos a ficar tontos

De cabeça a andar à roda

Mas nunca bobos

Ou tolos

Posso fazer figuras triste

Mas nunca vou ser um triste

Alguém na casa dos quarenta

Que se comporta como se tivesse oito

A verdade, é que há dias que até um pouco menos

Mas sou eu

Sou de mim para comigo

Porque no fim do dia

É a minha consciência que me vai trazer a conta

E eu sou lesto a pagar

Nada de dever nada a ninguém

E neste carrossel

Este que é meu

Mandei-o personalizar

Tem cavalos para todos

Fazemos corridas imaginárias

Ninguém é obrigado a entrar

Muito menos a sair

É apenas um carrossel às voltas

Que me leva ao mundo dos sonhos

Onde tudo é possível

Onde tudo é para sempre

Carlos Santana

Nada na manga

Nada na manga

Nada nas mãos

Nada a esconder

Mas muito para dar

São braços estendidos

Onde corre o sangue

Aquele sangue quente

De que são feitos os heróis

Não aqueles dos livros

Mas os da vida real

Que apanham forte e feio

Mas que não se queixam

Continuam de pé

Com um sorriso nos lábios

Com um olhar de desafio

De como quem diz

É isso o melhor que consegues fazer?

Eu estou aqui

Braços nus

Olha para mim

Vê

Sente

Imagina

Braços de quem não tem medo

De quem enfrenta a vida

Mãos que não se cansam

Que não largam aquilo que lhes é dado

Cuidam do que têm

Para nunca perder

Este sou eu

De braços crus

De braços estendidos

Carlos Santana