Longe de tudo

Longe de tudo

Isolado

Sózinho

Precisamos disso

Daquele tempo

Só nosso

Em que nada nos chega

Nada nos atinge

Apenas estamos

Vemos as sombras

As que nos querem bem

As que nos querem mal

As que nos perseguem

Precisamos do nosso espaço

De nos embrenhar no mato

Cada vez mais

Onde o som humano não chega

Onde nos ouvimos a nós

O que nos rodeia

Levar isto na boa

Sorrir

A vida é para ser leve

Divertida

Intensa

Aproveitar tudo

E nestes momentos que temos

Definir o que queremos

Como queremos

Não temos tempo de passar a limpo

É mesmo lambuzar enquanto é tempo

Carlos Santana

 

E é quando me perco

E é quando me perco

Que me encontro

Vou de pé descalço

Por onde ninguém vai

Sem medos

Sem receios

Sei que o caminho é em frente

Um desafio

Só

Em busca de nada

A querer tudo

O cheiro a terra molhada

Que dá alento

Que nos faz continuar

Aviva a memória

Apura os sentidos

Não sei onde estou

Não quero saber

Nem preciso saber

Estou bem

A descoberta a cada bifurcação

Pássaros que sussurram

As árvores que aplaudem

Fazem-me companhia

Alimentam o meu ser

São gestos de incentivo

Que me fazem continuar

Não há tempo para parar

Nem tão pouco pensar

Que o melhor desta vida, vem por impulso

Carlos Santana

 

Sim, sou eu

Sim, sou eu

Mais um dia

Mais uma voltinha

Sensações inimagináveis

É paz

É alegria

É adrenalina

É sorriso nos lábios

É voltar a ser criança

Estrada de serra

Paisagem linda

Serra da Arrábida

De um lado monte

Do outro mar

E tudo passa depressa

Fica gravado na mente

Sem tempo para erros

Que as cruzes lá bem em cima

Fazem lembrar as do Monte do Calvário

São curvas apertadas

Que nos fazem sentir vivos

Esquerda

Trava

Direita

Acelera

Arrepio

Suspiro

Safo

Descanso

Vivooooooo

Carlos Santana

 

Nem bom, nem mau

Nem bom

Nem mau

Apenas diferente

Não sou patinho feio

Nem tão pouco cisne

Apenas um patinho

Ou mais um patinho

Num mundo de cópias

Do politicamente correcto

Quero ser só uma coisa

Diferente

Diferente no olhar

No sentir

No falar

Na maneira de estar

De encarar o que se tem para viver

Num mundo cheio de caixas

Temos que sair fora delas

Pensar fora da caixa

Dar tudo de nós

Sem medos

Sem vergonhas

E não ligar 

Para o que os outros possa pensar

Para o que possam dizer

Se me chamam de patinho feio

Assumo

Sou com todo o gosto

Uma versão sempre a melhor de mim mesmo

Mas acima de tudo, apenas diferente...

Carlos Santana

 

Um pôr do sol

Um pôr do sol

Um porto de abrigo

Cais de onde tantos barcos partiram

Onde tantos chegaram

Nem sempre os que partiram

Uns novos

Outros danificados

Outros à descoberta

Mas sempre bem recebidos

Sempre de braços abertos

Assim sou eu

De mão esticada

Para quem quer

Para quem precisa

Não saio daqui

Sou abrigo

Onde te podes recolher

Em noite de temporal

Um mar calmo

Onde descansas

O ombro amigo

Onde reparas as tuas velas

Dois dedos de conversa

Passar o tempo

Sorrir

O brilho que retorna ao olhar

De forças restabelecidas

E daqui partes novamente

Para águas desconhecidas

E com a certeza de que podes regressar

Carlos Santana

 

A vida é isto

A vida é isto

Correr monte abaixo

Atrás de um queijo

De um objectivo

De alguém

De algo

Correr sem medo

Cair

Tropeçar 

Levantar

Mas nunca parar

Vamos de sorriso nos lábios

Sabemos que pode doer

Mas faz parte

É viver

Sentir o vento

A adrenalina 

O chão a fugir debaixo doas nossos pés

Abrimos os braços

Estamos a voar

Partimos a cara

Voltamos a levantar

É alegria

É intensidade

É loucura

É tudo o que temos

Viver a vida

Pelo simples prazer de viver

De ainda aqui andar

De estar vivo

Carlos Santana

 

Confesso

Confesso

Muitas vezes olhei para trás

Com esperança

Bastava um ruído

Um cheiro

E lá parava eu

Fazemos de tudo

Tentamos de tudo

Mas tudo não é suficiente

Fiz a minha trouxa

Peguei nos meus pertences

E arranquei

Fui descobrir mundo

Corri campos

Mares

Até pela lua passei

Não importa se em sonhos

Se a pé

Sei que fui

Fui ser criança

Fui ser sonhador

Porque é de sonhos 

Que me alimento

Que cresço

Não para ser adulto

Mas para viajar

Para onde quero 

Para onde me querem

Que eu não sou desde mundo

Sou do que ainda está por vir

Carlos Santana

 

Anda cá

Anda cá

Senta-te aqui

Aproxima-te de mim

Tenho este aspecto

Mas não mordo

Nem tão pouco magoo

Um urso fofinho

Grande 

É um facto

Mas tudo em mim é assim

Um grande sorriso

Um grande coração

Um grande amigo

Por isso

Anda daí

Deixa que te abrace

Vamos ver as vistas

Sentar num banco de jardim

Ou simplesmente 

Olhar lá para fora

Por essa janela chamada vida

Tu e eu

Lado a lado

Hoje

Amanhã

Sempre que quiseres

Podes vir

Estou aqui

Para ti

Por ti

Carlos Santana

 

 

Loucura

Loucura

Tão boa

Tão intensa

Tão real

É daquelas coisas

Que apenas sentimos

Que apenas queremos

Não importa como

Nem tão pouco onde

Quem vê

Ou deixa de ver

Tem é que ser agora

O Riso

O beijo

O abraço

É agora

Dar 

Redar

E voltar a dar

As vezes que forem precisas

Só porque sim

Só porque posso

Só porque quero

E eu quero agora

Sou uma eterna criança

Ou é agora

Ou faço birra

Porque preciso

Porque desejo

A tua companhia 

Carlos Santana

 

Quero folhear-te

Quero folhear-te

Como quem folheia um livro

Mergulhar dentro de ti

Como mergulho em qualquer livro

Saber a tua história

Ler-te

Molhar os dedos

Trocar de página

Tocar em ti

Palavra por palavra

Desvendo-te

Desnudo-te

Troco de linha

Troco de roupa

Tiro a roupa

Leio-te

Quero-te

Aqui 

Agora

Ponto

Respiro

Mergulho

Penso

Insisto

Resisto

Devoro palavras

Devoro-te a ti

Espanto

Rebento

Acabo... de te ler!

 

Carlos Santana

 

Desejo

Desejo

Tem cor

Tem cheiro

Tem valor

Tem poder

É vermelho 

Cor de fogo

Ardente

De uma intensidade imensa

Que se ouve crepitar

Cheiro de paixão

De corpos que se querem

De perfumes que se misturam

Desejo que nos transforma

Que nos faz ver as coisas 

De outra maneira

Como elas são

Como deveriam ser

Simples e belas

Sem medos 

Sem pudores

Sem vergonhas

Apenas entrega

Uma entrega total

Onde se fazem loucuras

Onde corpos estremecem

Onde tudo é possível

O limite é a imaginação

O querer

O desejo...

Carlos Santana

 

Tempo

Tempo

Tentamos agarrá-lo

Fazer com que não passe

Mas não adianta

Não conseguimos

Ele passa

Não pára

E nós temos que o seguir

Viver intensamente

Atirarmo-nos de cabeça

Sem medo do abismo

Sem receios 

Do que possa acontecer

Do que possa vir

A vida é composta de momentos

Bons ou maus

Cabe-nos decidir quais queremos

Viver um dia de cada vez

Para que o tempo passado

Conte

Tem que valer a pena

Temos que o recordar

Sorrir

Aquele sorriso

Que até os olhos riem

E por isso temos que viver

De peito aberto

Porque a realidade é só uma

Tempo é o que queremos

Tempo é o que não temos

Carlos Santana

 

Toco-te

Toco-te

Sem te tocar

Sinto-te 

Sem te ver

Vejo-te

Sem te sentir

Estás aqui

Mas não estás

Percorro o teu corpo

Em pensamento

Com desejo

Quero beijar-te

E beijo

Para sentires

Para arrepiares

Estou longe

Mas ao mesmo tempo

A teu lado

Dou-te a mão

Não te largo

Passeamos juntos

Cada um em seu caminho

Mas numa mesma direcção

Um ponto comum

De reencontro

De união

Somos sol

Somos lua

Somos tudo

Estamos sem estar

Carlos Santana

 

Café

Mar

Um pouco de sol

Uma página em branco

Coisas simples

Que me fazem tão bem

Vou recordando 

Escrevendo sem fim

O sorriso nos lábios

Que teima em não desaparecer

E que bem que sabe

Até os olhos sorriem

O mar que me embala

Que me refresca 

O sol que me ilumina

Que me aquece

É deste equilíbrio que precisamos

Um pouco de tudo

Um pouco de nada

Ultrapassar dificuldades

Brindar vitórias

Nunca parar

Mais um gole de café

Que me desperta

Que me adocica a alma

E assim levo a vida

Um dia de cada vez

Com a cabeça erguida

Sorriso nos lábios

Construindo momentos

Carlos Santana

 

Não digas nada

Não digas nada

Encosta-te a mim

Enrosca-te no meu peito

Deixa que te abraçe

Que te envolva com os meus braços

Um cantinho quente

Meu e teu

Nosso

Porque é assim que te quero

Nos meus braços

Dois corpos 

Um só sentimento

Um só desejo

E que bem que sabe

O sorriso nos lábios

Os olhos que se fecham

Que adormecem

Um sono repousante

Cheio de sonhos

Inundado de realidades

Daquelas boas

Que sentimos na pele

Que conseguimos cheirar

Que conseguimos saborear

Um mundo nosso

Tão simples

Onde uma simples cama

Se torna na nossa carruagem

Que nos leva onde nunca antes tínhamos estado

Um mundo onde a fantasia se tornou realidade

Carlos Santana

 

Uma viagem

Uma viagem

Um sonho

Que nos leva a qualquer lado

Por todo o lado

Fechamos os olhos

Entramos no seu reino

O reino do faz de conta

Onde tudo acontece

Onde tudo é possível

Somos reis

Somos heróis

Eternos amantes

Ou apenas voamos

Sem destino certo

Construindo castelos

Enfrentando dragões

Passeando apenas entre as nuvens

Tudo posso

Tudo consigo

Basta acreditar

É o meu mundo

O meu sonho

Posso até ficar parado

A olhar o azul sem fim

Um cantinho só meu

Que tanto me alegra

Onde tiro certerzas

E a certeza maior

É que se consigo sonhar

Consigo realizar

Carlos Santana

 

Mar

Mar

Aquela quantidade imensa de água

Uma quantidade imensa de vida

Que se apresenta à nossa frente

Podemos ficar horas

A olhar o mar

A pensar em tudo

A pensar em nada

No que lá vai dentro

No que se passa por fora

Peixes

Barcos

Gente

Plantas

Tudo

E que grande que ele é

Que belo que ele é

Quer seja num estado revolto

Com as ondas a querer invadir tudo

Num estado de espelho

Onde tudo reflete

Ou romântico

Quando se enrola com a areia

Mas acima de tudo

É um bom ouvinte

Conto-lhe tudo

E ele guarda para ele

Os meus segredos

Afundam-se nele

Ficam seguros e submersos

Carlos Santana

 

Não precisamos de muito

Não precisamos de muito

Para fazer a diferença

Para ser diferente

Coisas simples

Colocam um sorriso nos lábios

Só de olhar para elas

De as sentir

Por vezes tão frágeis

Que uma simples brisa 

As pode desfazer

Temos que aproveitar

Enquanto duram

Gravar o sorriso que nos deixa

Viver intensamente

Sem medos

Viver a vida

Ver a vida

Com olhos de ver

Perder tempo a olhar

A interiorizar Tudo o que nos é dado

Tudo o que temos ao nosso alcance

Fechar os olhos 

Inspirar

Sentir os cheiros

Do mar salgado

Da terra molhada

Ver o pôr do sol

A flor que voa

O abraço dado

O beijo roubado

Carlos Santana

 

Mais um ano

Mais um ano

Mais um beijo

Mais uma voltinha

Doce ou salgado

Não importa

Beijo é beijo

Beijo é bom

E muitos dias pela frente

Para poder beijar este ano

Seja selinho

Ou mordida

Quero beijo

Quero tantos

Beijos da tua boca

Dados na minha

Com desejo

Com paixão

Com intenção

Quero os meus lábios nos teus

De olhos fechados

Abraçados

Tudo é válido

Temos que fazer contar

Criar momentos

Fazer valer apena

Que ainda agora começou

E já vai a passos largos

Por isso beija-me

Beija-me agora

Sem pressas e demoradamente 

Carlos Santana

 

2022

2022

Já chegou

O que nos reserva

O que vai acontecer

Não sei

Não importa

Não quero saber

Estou aqui

De pé 

Pronto a continuar esta jornado

2 os anos que já foram passados em casa

0 o que deu para fazer

2 doses

2 que ainda estão para vir

Que este que começa seja diferente

Que não tenhamos medo

Lembrar o que já foi dito

" A minha liberdade. termina onde a do outro começa"

Respeito

Já há muito tempo esquecido

É disso que precisamos

E um pouco de empatia

O caminho é longo

Abram os olhos

Acordem para a vida

Vivam a vida

Não deixem 2022 passar em branco

Que seja de viragem

Que seja de rebeldia

Que seja de verdade

Carlos Santana