quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Rua escura





Rua escura
Daquelas sem fim
Onde a própria luz
Não passa de uma sombra
Uma ponte deserta
Que não nos leva a lugar nenhum
Mãos nos bolsos
Vamos caminhando
Meio sem rumo
Sem destino
Ver até onde chegamos
Até onde aguentamos
Em busca de algo
Que se perdeu na escuridão
Que não sei onde está 
Nem tão pouco porque se perdeu
Mas não paro
Enquanto conseguir
Vou caminhar
Por mais escuro que esteja
Não desisto
Não faz parte do meu vocabulário
Em frente
Sorriso nos lábios
Determinação no olhar
Vou encontrar 
Tenho que encontrar
O que perdi
Ainda não sei bem o quê
Mas vou conseguir

Carlos Santana






 

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Agarras-te ao que podes


 




Agarras-te ao que podes

Onde consegues

Custe o que custar

Não largas

Rasga-te a pele

Dilacera-te a alma

Mas apertas

Cada vez mais forte

Mais dor

Mais sangue

Mais vontade

Muros que se levantam

Barreiras que destróis

Não paras

Seguras

Firme

Dentes cerrados

Olhar fixo

Penetrante

Mãos de aço

Doridas

Ensaguentadas

Feitas de carne

Feitas para a luta

Não desistem

Esticadas para ti

Não te largam

Arame que corta

Que consegues partir

Que consegues vencer


Carlos Santana

sábado, 25 de setembro de 2021

Na ponta do dedo




E é na ponta do dedo
Que temos tudo
Somos donos do mundo sem saber
O dedo que aponta
Para onde temos que ir
De onde viemos
Que chama 
Para vires junto a mim
Aqui bem perto
Que cala
Porque não são necessárias palavras
Já tudo foi dito
Que acusa
Nem tudo pode ser sempre bom
E temos que crescer
Que sente
O quente e o frio
O seco e o molhado
Que afaga
O rosto suavemente
O cabelo entrelaçado
E é na ponta do dedo
Que tudo vemos
Porque se aponta para ti
Também aponta para mim
E é isso que realmente temos que ver
Mais que as qualidades ou defeitos do outro
Temos que saber as nossas
Saber o que valemos e o que podemos fazer
Porque nós podemos tudo

Carlos Santana


 

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Paz


 




Paz

Tranquilidade

Aquela sensação de liberdade

Que não dá para descrever

É algo que se sente cá dentro

Que nos torna leves

Uma espécie de voo

Em que apenas flutuamos

Estamos suspensos

Olhamos em volta

E tudo é belo

Simples

De verdade

Sem enganos

Puro

E estamos bem

Somos tudo 

E não somos nada

Andamos de volta

Voltas e voltas

Ao sabor do vento

Da brisa ligeira

Que nos faz subir

Que nos faz cair

Uma montanha russa 

Que não pára

Que nos leva ao mundo dos sentimentos

Um vazio cheio

Cheio de nada

Cheio de tudo


Carlos Santana


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Marcas


 




Marcas

São mais que muitas

Fazem parte de mim

De quem eu sou

Das batalhas que travei

Das vezes que caí

Mas também das que me levantei

Gritos mudos

Que me ecoam na alma

As lágrimas que não chorei

E as que chorei em vão

São dias que passam

E muitas vezes nada passa

Nem se passa nada

Cicatrizes aos molhos

Voz rouca

Mas não paro

Parar é morrer

E para isso ainda falta

Espero que muito

Pelo menos faço por isso

Mas nunca se sabe

O que conta é o hoje

O agora

Este momento que atravessamos

Que sem saber

Sabemos o que queremos

Mais uma marca

Mais um grito

Mais um beijo


Carlos Santana

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Bons momentos


 




Bons momentos

A ver um céu rasgado de ouro

Sem nada para fazer

Apenas recordar

Os momentos passados

Aqueles que agora acontecem

E os que ainda estão para vir

De uma maneira estranha

Eu acredito

Tudo é possível

Vivemos num ciclo

Um movimento permanente

Que trazem o brilho ao olhar

Que fazem os lábios sorrir

Porque tudo foi bom

Tudo é bom

E vai ser muito melhor

Desistir não é opção

Não que seja fraco 

Ou muito forte

Mas porque sou homem de palavra

E palavra dada

É para ser cumprida

Por isso o sorriso

Sei que não falhei

A alma leve

Fresca e fofa

Aquela sensação de paz

Que só quem fez tudo o que podia

Pode alguma vez sentir


Carlos Santana

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Uma gota


 




Uma gota

Tão simples

Tão bela

Tão frágil

Aparece

E do nada já não a vemos

Serve para nos lembrar

Que somos tudo

E num instante

Somos nada

Dar valor a cada momento

Aproveitar enquanto cá andamos

Que isto é passageiro

E num ápice

A viagem termina

SSem saber nem como 

Nem porquê

Mas passou

Somos a gota que cai

A que se levanta

A que rebenta

Somos a lágrima que dói

Mas também aquela que ri

Somos vida

Somos alegria

Somos choros

Somos pensamentos

Somos sentimentos

Somos apenas uma gota

Neste mundo em que temos que intensamente viver


Carlos Santana

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Uma luz


 




Uma luz

Por mais pequena que seja

É tudo o que precisamos

Para não perder a esperança

Para continuar o caminho

Aquele pequeno brilho

Que nos mostra por onde ir

Que nos chama

Que nos espera

Que nos acompanha

E na noite fria

Que bem que sabe

Saber onde pisar

Que no fim desta jornada

Uma porta se abre

Que nos acolhe

Que nos abriga

Que nos aquece

Que nos alimenta

A alma

O corpo

O ser

Precisamos

Jornada longa

Extenuante

Mas compensatória

Recompensante

Uma viagem longa demais

Mas sempre com um propósito no pensamento

Ser feliz


Carlos Santana

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Luta


 




Luta

Nunca te entregues

Nunca te dês por vencido

Nada de baixar os braços

Tentar até ao último segundo

Até ao último sopro

Com garra

Com determinação

Não importa se és grande ou pequeno

O que importa é o fogo dentro de nós

Aquela determinação

Que só os guerreiros têm

Que mesmo trespassados

Continuam a marcha

Defendem

Atacam

Ganham

É certo que a vitória nunca é garantida

Mas se não tentarmos

Nunca saberemos até onde podemos ir

Mas pelo menos tentamos

Com todas as nossas forças

Que na maioria das vezes

A vitória está perto

Tem que haver querer

Só isso é meio caminho andado

Para surpreender

Para viver

Podemos até sucumbir

Mas nunca sem dar luta


Carlos Santana


segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Vou atrás de ti





Vou atrás de ti
Não me escapas
É desta que te apanho
Já tenho estrelas
Para te fazerem companhia
Podes vir
Vem sem medo
Que eu cuido de ti
És lua cheia
Que brilha para mim
A minha luz nas noites escuras
Caminho sem medo
Por esses campos fora
Porque sei que estás aí
A olhar por mim
É por isso que te quero
Aqui pertinho
Para retribuir
Todo o bem que me fizeste
Que ainda fazes
E mesmo quando te escondes
Eu sei que estás lá
Não preciso ver-te
Porque te sinto
Tenho a rede pronta
Vou alcançar-te
Não me foges
Demore o tempo que demorar
Mas estou confiante
Desta vez é que é

Carlos Santana


 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Máscaras


 




Máscaras

São tantas

Que as pessoas já se esquecem de quem são

Como são

O que são

Preocupados com o que os outros pensam

Com o que podem dizer

Que se esquecem de viver a própria vida

Somos seres únicos

Lindos

Não precisamos de imitar ninguém

E muito menos da aprovação de outros

Daqueles que usam máscaras

Mascarados do que não são

A dar opiniões do que quereriam ser

Abram os olhos

Que vida só há uma

Porque aqueles que tanto temem

Que vos impedem de tirar a máscara

Morrem de medo que o façam

Porque se forem vocês de verdade

Quem é que eles podem influenciar

Que vida podem eles controlar

Se nem a deles conseguem viver

Vivem contos de fada

Pelos olhos de outros

As marionetas da vida

Chega

Máscaras para o chão

Vivam


Carlos Santana

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Chama por mim


 




Chama por mim 

Levanta os braços aos céus

E grita

Com toda a tua força

Com toda a tua vontade

Que eu vou ouvir-te

Mas a verdade

É que basta sussurarres

Até um breve sorriso

E eu vou sentir-te

Como uma suave brisa

Ou o bater das asas de uma borboleta

Levanta os braços

Que te vejo

Ou manda recado pelos pássaros que passam

Que eu falo com eles

E pergunto novas tuas

Eles riem-se

E vão contando o que se passa

Tardes sem fim

Que anseio por um sinal

Que tarda em chegar

Apenas te imagino

Como estás

Como te sentes

Mas cá dentro sei

Sei que estás bem

Que apesar de tudo sorris

Que mesmo quando uma lágrima escapa

Que estás feliz


Carlos Santana