segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Sim





Sim
Bem te quero
Quero-te muito
E neste desfolhar constante
Uma só certeza fica
Cada dia te quero mais
Um querer imenso
Um bem querer
Com querer o bem
É uma roda viva
Em que pétala após pétala
Vamos vivendo momentos
Momentos únicos
Indescritíveis
Que por mais palavras que existam 
Não existem as suficientes neste mundo
Para descrever o que vivemos
Tudo o que fazemos
Tudo o que sentimos
Porque usamos todos os sentidos
Sentimos com os olhos
Com as mãos
Sentimos com a alma
Sentimos pelo prazer de sentir
Sem sentidos
Ou sentidos pelo sentir
Mas onde apenas o bem tem espaço
O bem querer
O bem cuidar
O bem amar 

Carlos Santana

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

E é isto





E é isto
Nada mais que isto
O estar junto
O riso fácil
Que se torna em gargalhada
Um bem estar que não se explica
É intimidade sem ser preciso tocar
Algo que paira no ar
Que sabe bem
Sabe mesmo muito bem
Como se apenas existissemos
Estamos ali
Estamos perto
Mesmo estando longe
Complicado e simples ao mesmo tempo
É a necessidade de cuidar 
De querer o bem
De fazer o bem
Apenas por saber tão bem
Simplicidade 
Tudo tão bom
Os pequenos prazeres da vida
Onde o pouco é muito
Porque aprendemos a dar valor ao tempo
A viver intensamente
Esta vida louca
Uma viagem rápida
Tão rápida que quase não damos por ela
Temos que estar atentos
A aproveitar cada momento
Porque a teu lado o tempo voa

Carlos Santana

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

A vida é engraçada





A vida é engraçada
Não nos damos conta de como é bela
De como é simples
De como é fácil
E é preciso tão pouco
É preciso mesmo pouco
Para nos sentirmos bem
Uma fotografia
Um sorriso
Daquela pessoa que queremos bem
E o mundo transforma-se
Tiram-nos um peso de cima
Respiramos fundo
Desaparece a preocupação
Parece que flutuamos
Ficamos em paz
Apenas a olhar para um simples sorriso
Daquele que se estende dos lábios aos olhos
Em que vemos o outro bem
Sentimos que está contente
E isso faz realmente bem
Não há palavras suficientes
Que possam descrever o que sentimos
Aquele momento único
Em que os nossos olhos se  abrem de espanto
De felicidade
De alegria
De carinho
De orgulho
Ao olharmos para um simples sorriso
Daquela pessoa especial 
Com quem tanto nos preocupamos

Carlos Santana

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Um beijo





Um beijo
Era tudo o que queria agora
Um simples  beijo
Daqueles suaves
Demorados
Carinhosos
Um simples beijo
Em que sinto o teu perfume
Sinto a tua pele
Toco o teu cabelo
Fecho os olhos
E sou feliz
Anda cá
Dá-me um beijinho
Nem que seja um selinho
Daqueles que me fazem sorrir
Que me deixam um sabor de quero mais
Quero muito mais
Porque eu sempre quero tudo
Vem
Ou se não conseguires
Vou eu
Mas quero um beijo
Um simples beijo
Daqueles que se tornam memoráveis
Que nos fazem ficar sem ar
Daqueles só nossos
Que ficam gravados nos lábios
Um beijo teu
Era tudo o que eu mais queria agora

Carlos Santana

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Um destino





Um destino
Uma viagem
A estrada que nasce 
Que vai serpenteando
Que desaparece da nossa vista
Olhar em frente
Atento
Compenetrado
Velocidade constante
Sempre à espera de tudo
E no meio de tudo isto
Pensar em nada
Pensar em tudo
Uma viagem dentro de nós
Um monólogo interessante
Onde o som mudo das palavras impera
Mente ocupada
Dividida entre a estrada e o pensamento
Ao longe ouvimos
Ouvimos o som do vento que passa
Do motor que ronca à nossa ordem
Uma viagem sem fim
Que percorremos os mais belos caminhos
Aqueles que existem cá dentro
Repletos de bons momentos
De lindas recordações
Que nos fazem acreditar
Que nos dão alento
Que nos fazem continuar
Uma viagem sozinho
Para descobrir que o melhor camiho é a dois
Nós dois

Carlos Santana

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Metade de mim é tudo





Metade de mim é tudo
E o que falta, está na outra metade
Sou assim
Imenso
Gigante
Uma alma que sente
Que sofre que corre
Que cai
Que se levanta
Corpo grande
Peito aberto às balas
Pronto para tudo
Vivo entre a sombra e a luz
Entre o bom e o mau
Com momentos de lucidez
E outros de loucura
O foco no olhar
Um olhar que não mente
Que tudo vê
Que tudo sabe
Um olhar de carinho
De cumplicidade
De ternura
De quem sabe o que quer
E que luta por isso
Buscar forças onde não imaginava
Com paciência
Com determinação
Um sonho depois do outro
Um dia de cada vez

Carlos Santana

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Somos pó





Somos pó
E ao pó voltaremos
É uma das poucas certezas que temos
Cá ninguém fica
Construímos castelos de areia
Assentes em nada
Ilusões que se desmoronam
A saudade que fala mais alto
Andamos por aqui
E por aqui vamos ficando
Uma vida feita de pó
Ou pó carregado de vida
Temos que a adoçar
Colorir
Viver
Esfregar este pó
Plantar uma semente
Regar
Fazer valer a pena
Mesmo que aos tropeções
Seguir em frente
Cair
Levantar
Rir
Rir muito
Rir até a barriga doer
Porque esta viagem é curta 
Curta demais
E mesmo cobertos de pó 
E à espera de ao pó retornar
Vamos viver
Viver como se fossemos eternos
Agora
Hoje
Amanhã
Sempre

Carlos Santana

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Ele está aí





Ele está aí
O outono que se aproxima
Quer seja este que nos rodeia
Ou o da vida
As folhas que caem
Tal como os cabelos brancos aparecem
Uns tons amarelos e acastanhados
Mais sóbrios
Mais experientes
Assim como nós
Que estamos à porta do outono da vida
Onde sabemos o que queremos
Para onde vamos
Sabemos o que nos faz bem
Fazemos maluquices
Como qualquer jovem
Mas com mais sabedoria
Com mais prazer
É o sorriso nos lábios
Sorriso no olhar
Porque estamos vivos
Chegamos aqui
E por aqui vamos ficar
Pelo menos enquanto der
Enquanto assim tiver que ser
Um dia de cada vez
Com os olhos postos no inverno
Sempre um pouco mais lá à frente
Quem sabe dá para dar a volta
Voltar a ser criança
Voltar a ser primavera
Talvez por isso o sorriso de agora seja tão puro
Tão sincero
Porque é o sorriso de agora
É o sorriso de quem sonha

Carlos Santana

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Acreditar






Acreditar
Cuidar
Esperar
Por mais estranho que pareça
Se não tentarmos
Nunca vamos saber
A terra escura
Onde à primeira vista
Nada vai crescer
Está fria
Sem ponta por onde lhe pegar
Mas com calma
Com força de vontade
Trabalho árduo
E sem nunca desistir
A transformação acontece
Plantámos a nossa semente
Uma espera que parece eterna
Um raio de luz
Um fio verde
Que brota da terra
Que brota de dentro de mim
São lutas diárias
De braços que se erguem
De mãos que se juntam
Que fazem o que podem
E muitas vezes o que não podem
Mas que sempre conseguem
E onde nada existia
Hoje cresce a esperança

Carlos Santana

A palavra é só uma





A palavra é só uma
E é das que tem valor
Depois de dada, é para sempre
Porque é assim que tem que ser
Podemos ter pouco
Mas se não tivermos palavra
Não temos nada
De mãos dadas
Sem largar
Sempre em busca de ti
Mesmo na mais violenta das tempestades
Estamos ali
De peito aberto
Prontos para tudo
E mesmo que a calmaria demore a chegar
Ou mesmo que não venha
Nós continuamos
Porque o querer é enorme
A força de vontade
A vontade de cuidar
De estar 
De ser
De apenas existir ao teu lado
É o que dá força
Que nos dá aquela gana de continuar
De ultrapassar
De viver
De amar
De mãos dadas
Tu e eu

Carlos Santana

sábado, 14 de setembro de 2019

Não se iludam





Não se iludam
O tempo passa
Passa para todos
A casca envelhece
Nascem rugas
Momentos gravados na pele
Do que somos
Do que fizémos
Do que podíamos ter feito
Sim, o tempo passa
Fechamos os olhos
Fazemos aquela viagem
Desde que nascemos
Até ao dia de hoje
Até ao agora
Valeu a pena?
Fizemos o que queríamos?
Quero crer que sim
Porque o tempo passou
A casca murchou
E agora aqui ao lado quem fica?
Fica quem realmente importa
Quem não arredou pé
Quem sempre acreditou
Fica quem é de verdade
Quem tem palavra
Quem gosta só porque sim
Porque faz bem
Porque se sente feliz
Porque com o passar do tempo
Descobriram que foram feitos um para o outro
E que vão ficar juntos até ao fim

Carlos Santana

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

É um não sei quê





É um não sei quê
Que aconteceu não sei porquê
Nem tão pouco onde
Mas que aconteceu
Existe
É real
É aquela mistura de cores
De sabores
Que nos deixa sem palavras
Sem conseguir pronunciar palavra
Molhamos os pés
Procuramos a sombra
Olhamos o céu
Aquele enorme céu azul
Pintalgado por brancos flocos
Ond imaginamos castelos
Dragões
Amores
Somos donos de tudo isto
De tudo o que os nossos olhos vêm
De tudo o que os nossos braços alcançam
Coração que bate
Que luta
Que não desiste
Que vai dizendo o que sente
O que quer
O que deseja
De forma atabalhoada
Vai desenhando o seu quadro
Do que tem para dar
De tudo o que tem para amar

Carlos Santana