quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Sei lá





Sei lá
Sou tantos
E ao mesmo tempo
Sou nenhum
Sem ver
Sem sentir
Sou tudo 
Sou nada
Em todo o lado
Em lugar nenhum
Ecos de mim
Do que já fui
Do que sou
Estou aqui
Mas a fazer o quê?
De olhos vendados
Cego
A tudo o que me dói
Ao que não quero ver
O tempo que passa
Que me seca a pela
Vou-me desfazendo
Pedaço por pedaço
Sombra do que fui
Ilusão do que sou
Desaparece a vontade
A alegria
A força
Fica a memória
Aquela que nunca será apagada
Que fica gravada
Eternamente gravada
Aqui bem dentro de mim

Carlos Santana

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