domingo, 7 de outubro de 2018

Há coisas que fazemos





Há coisas que fazemos
Só porque sim
Só porque podemos
Só porque queremos
Não medimos consequências
Nem nos importamos com isso
Somos novamente crianças
Imortais
Feitos de aço
Nada nos toca
Nada nos afeta
Nada nos aleija
Abrimos os braços
E somos aviões
Saltamos muros
Trepamos a  árvores
Fruta por lavar
Pés descalços
Somos apenas nós
Depois crescemos e tudo acaba
Tudo não
Que eu não cresci
Recuso-me a crescer
Uma eterna criança
Que vai habitando 
Uma carcaça que envelhece
Sou imortal
Sou sincero
Sou verdadeiro
Sou apenas eu
Alguém que se entrega
Que mergulha de cabeça
Sem ver o fundo 
Sem ver o fim

Carlos Santana

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