quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Nada para fazer





Nada para fazer
Nada com que ocupar o tempo
E ele passa
Pastilha elástica entre os maxilares
Vou fazendo balões
Ver até onde os consigo encher
De que tamanho os consigo fazer
Antes que me rebentem na cara
Cada um, um sonho
E eles são tantos
Mas à medida que o tempo passa
Os balões rebentam
E lá se vai mais um sonho
Ou o agarramos e concretizamos
Ou o vemos partir
Continuamos a mastigar
Mais um balão
Desta vez mais pequeno
Para que não rebente
Para que possamos continuar
A saborear
A acreditar
A idealizar
E assim vamos preenchendo o vazio
De não ter nada que fazer
Os olhos postos no horizonte
Outras em bico
A olhar para um balão que cresce
Mais um sonho
Mais uma vontade
Mais uma crença
Será que se realiza
Será que rebenta

Carlos Santana

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