quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Já fui erva daninha





Já fui erva daninha
Que dançava com o vento
Ja fui bambu
Que me dobrava perante a sua força
Agora...
Agora sou arvore centenária
Que prefere partir a dobrar
Altiva no seu orgulho
Orgulho ferido
O sangue que me corre nas veias
Vai alimentando os meus ramos
A cada um que se parte
Uma lágrima escorre
Semelhante à seiva das arvores
Lenta
Espessa
Um grito de dor silencioso
E quando me vires tombar,
Não tenhas pena de mim
Pode ser que o vento forte
Que do chão me arrancou
Que à minha vida pôs termo
Leve consigo as minhas sementes
Que as deposite num outro ermo
Aproveita apenas a minha sombra
Alimenta-te dos meus frutos
Porque tudo tem um fim
E eu não sou eterno

Carlos Santana

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